A meio. É assim que me encontro. A meio da vida. A meio do objetivo que havia traçado. A meio da estatística que fizera para a minha realização pessoal. A meio do caminho que aceitara como certo. Entre tudo e nada. A parede mestre abriu uma fenda demasiado profunda e deixou de se equilibrar. Ficou apenas o chão para caminhar. Parei a meio E agora não sei por onde andar. Busco a janela para o ar poder inspirar. Não é hora de me apiedar. Acobardar, abrandar, afundar verbos para no precipício saltar... Estou a meio... A meio de Tudo e de Nada. A meio da tela pintada E agora esborratada. A tempestade despoletou O trovão ecoou. Anoiteceu em mim. Súplica pela manhã. Que o sol raie de mansinho. Preciso, urgentemente, retomar o meu caminho! Porque estou a meio... ( Celina Seabra)
Pensamentos em forma de poesia