O que contam os teus olhos decorados de rugas?
Que histórias relatam as mãos com que construíste a vida?
Onde guardaste as lágrimas que nem sempre escondeste?
E os risos, ainda os guardas no tesouro das tuas memórias?
Às vezes, vejo-te espreitar para dentro do livro que redigiste e roubo-te um sorriso escondido e um
suspiro nostálgico...
Guardaste a saudade num cofre que só tu abres...
Por vezes, debruças-te à janela e desfolhas as mágoas que secaste, para hoje as deixares partir sem
sentimentos.
Foram-se...
O tempo passou por ti, mas trajou-te de recompensas.
Continuas íntegra e fiel aos teus princípios.
A maldade fez-te vacilar, mas a Bondade foi a tua segurança.
A tua insegurança face ao amor fê-lo brotar puro, na tua aceitação.
As amizades certas, ruíram como um baralho de cartas colocado na vertical. Fizeram-te perder tempo
com falsas esperanças. Desapontamentos que se desataram com o tempo. Porque o tempo tudo cura,
tudo sara...
O caminho certo emborcou numa encruzilhada e
as dúvidas iluminaram-se como fogo de artifício.
Mas amanheceu e a noite trouxe luz e brilho.
Abriu-se a janela e a brisa puxou-te consigo.
Foi só um empurrãozinho.
O suficiente para apreciares de novo a viagem.
Agora, sem ansiedades, porque atrofiam os sentidos e tu precisas deles para apreciares a paisagem.
Até já!
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