Para trás deixei parte do meu coração.
A partida custa sempre…
Ao longo da minha vida tenho assistido e vivido algumas partidas.
Felizmente, têm sido mais psicológicas, que despedidas físicas. Mas doem sempre!
(Peço desculpa a quem sofre verdadeiramente a morte física!)
Nas minhas memórias, estão aquelas que me doeram mais: a despedida, com alguma continuidade, dos meus pais para Roma e a despedida definitiva dos meus avós e da madrinha, cujo corpo ficou por terras de França.
Hoje continuo a temê-las!
A despedida deixa sempre um sabor amargo e um peso, quase insuportável, dentro de mim.
É a espera do dia que se aproxima, das horas que teimam em passar depressa e do instante que se torna irreversível.
O combóio apita, aproxima-se; os abraços repetem-se; os beijos fugidios, as mãos que pegam nas malas para ocupar lugar dentro de carruagens que já chegavam cheias de emigrantes!
A dor parece entrar em “ vinha d´alho”, fica entorpecida e os rostos assomam às janelas para um último olhar, para mais um adeus.
A dor torna-se agonizante.
A voz diz “ vai correr tudo bem! Ver-nos-emos rapidamente! Tenham coragem!” É a voz da razão, mas o coração, a emoção parte também, naquele combóio, viaja também ele para longe.
Agora pode chorar-se livremente.
Agora regressamos a casa, ao lar , para retomarmos o dia a dia.
A alma suspira pelos que partiram.
Sinto-os, mesmo à distância. As palavras, os seus rostos, ocupam o meu cérebro.
Temo a dor, meus senhores!
Temo a minha incapacidade de lidar com o que fica dentro de mim: o desânimo, a fraqueza, a insegurança, o desejo de dormir infinitamente, de não me erguer…
E a VIDA continua cá fora.
Depois algo nos impele a erguer de novo o muro que se desmoronou.
Será ainda a sanidade mental que avisa: tens de continuar!? O mundo não pára por causa de ti!
Imagino a despedida eterna também assim.
Erguer-me-ei? Conseguirei voltar a refazer o muro que se quebrou dentro de mim?
Que razões encontrarei para prosseguir viagem?
Como conseguem os outros voltar a viver sem a presença de quem se ama?
( Celina Seabra)
A partida custa sempre…
Ao longo da minha vida tenho assistido e vivido algumas partidas.
Felizmente, têm sido mais psicológicas, que despedidas físicas. Mas doem sempre!
(Peço desculpa a quem sofre verdadeiramente a morte física!)
Nas minhas memórias, estão aquelas que me doeram mais: a despedida, com alguma continuidade, dos meus pais para Roma e a despedida definitiva dos meus avós e da madrinha, cujo corpo ficou por terras de França.
Hoje continuo a temê-las!
A despedida deixa sempre um sabor amargo e um peso, quase insuportável, dentro de mim.
É a espera do dia que se aproxima, das horas que teimam em passar depressa e do instante que se torna irreversível.
O combóio apita, aproxima-se; os abraços repetem-se; os beijos fugidios, as mãos que pegam nas malas para ocupar lugar dentro de carruagens que já chegavam cheias de emigrantes!
A dor parece entrar em “ vinha d´alho”, fica entorpecida e os rostos assomam às janelas para um último olhar, para mais um adeus.
A dor torna-se agonizante.
A voz diz “ vai correr tudo bem! Ver-nos-emos rapidamente! Tenham coragem!” É a voz da razão, mas o coração, a emoção parte também, naquele combóio, viaja também ele para longe.
Agora pode chorar-se livremente.
Agora regressamos a casa, ao lar , para retomarmos o dia a dia.
A alma suspira pelos que partiram.
Sinto-os, mesmo à distância. As palavras, os seus rostos, ocupam o meu cérebro.
Temo a dor, meus senhores!
Temo a minha incapacidade de lidar com o que fica dentro de mim: o desânimo, a fraqueza, a insegurança, o desejo de dormir infinitamente, de não me erguer…
E a VIDA continua cá fora.
Depois algo nos impele a erguer de novo o muro que se desmoronou.
Será ainda a sanidade mental que avisa: tens de continuar!? O mundo não pára por causa de ti!
Imagino a despedida eterna também assim.
Erguer-me-ei? Conseguirei voltar a refazer o muro que se quebrou dentro de mim?
Que razões encontrarei para prosseguir viagem?
Como conseguem os outros voltar a viver sem a presença de quem se ama?
( Celina Seabra)
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