A televisão, o cinema, o teatro trazem magia.
Musicais entranham-se por todos os poros do meu corpo e entram no sangue que me percorre todas as veias.
Os sentimentos são múltiplos. São fogo de artifício. Uns explodem de imediato e fazem bater mais forte o coração. Outros entram pela visão em forma de palmeira, de crisântemo e de salgueiro e contemplamos extasiados as estrelas que caem sobre a Terra. Outros são tão brilhantes e tão exóticos que nos fazem chorar. Um choro pequenino que brota dentro de ti.
E nesse momento sinto que faço parte daquela ilusão. Também eu sou utopia e outrora fui maga, bailarina, mezzo-soprano, atriz, escritora... E em mim vivo uma paixão que não é real, mas é essa que me faz vibrar. Danço em pontas dos pés e há ritmo e harmonia nos gestos que traduzem os cinco sentidos. Canto e sou soprana e vivo a história de amor de O Fantasma da Ópera. Sofro com a pobreza de Cosette e a bondade de Jean Valjean em Os Miseráveis. Fantasio-me de Rei Leão. Vibro com o Circo de Soleil que conjuga a ginástica, a dança, o canto, as luzes, a criatividade...
Parece-me, então, que é essa a minha realidade. O corpo permanece, desarmonioso e até trôpego. Mas a alma... Essa esvoaça para o mundo da felicidade. Ali sei quem sou.
Aqui não sou.
Ali realizo-me e sou satisfação.
( Celina Seabra)
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