O corpo mudou.
Por ele passaram os anos.
O sol, o frio, o trabalho, as lágrimas, a rotina envelheceram a pele.
O cabelo matizado de madeixas brancas, lembram-me o pintor que se descuidou na aplicação da tinta.
Há dores que já não desaparecem e rugas que se afundam...
Há um cansaço que teima em vergar-te.
Porém, eles não sabem que
Por dentro, permanece a menina.
Os pensamentos que amadureceram não esqueceram a criatividade e a beleza.
Os sonhos estão cá.
Danço até estar cansada e ninguém dá por isso.
Canto até a voz me doer e só eu a ouço.
O baloiço continua no jardim e esvoaço até às nuvens.
Brinco às escondidas até ao anoitecer...
Até a voz da minha mãe me chamar para ir.
Escrevo nos meus pensamentos histórias românticas e construo finais felizes.
A heroína é bela e boa. O príncipe protege-a. Os beijos são mágicos e estonteantes.
Há poesia naquilo que se diz.
O espelho reflete o tempo que por mim passou.
Mas os olhos, esses, guardam a juventude que insiste
em permanecer.
Eles não sabem que a criança nunca morre.
A alma permanece adolescente.
Já não é ingénua como a pequena infante.
É a donzela consciente do bem e do mal.
É a voz da verdade que já não teme o futuro...
Eles não sabem que cá dentro sou força e deusa.
( Celina Seabra)
Por ele passaram os anos.
O sol, o frio, o trabalho, as lágrimas, a rotina envelheceram a pele.
O cabelo matizado de madeixas brancas, lembram-me o pintor que se descuidou na aplicação da tinta.
Há dores que já não desaparecem e rugas que se afundam...

Porém, eles não sabem que
Por dentro, permanece a menina.
Os pensamentos que amadureceram não esqueceram a criatividade e a beleza.
Os sonhos estão cá.
Danço até estar cansada e ninguém dá por isso.
Canto até a voz me doer e só eu a ouço.
O baloiço continua no jardim e esvoaço até às nuvens.
Brinco às escondidas até ao anoitecer...
Até a voz da minha mãe me chamar para ir.
Escrevo nos meus pensamentos histórias românticas e construo finais felizes.
A heroína é bela e boa. O príncipe protege-a. Os beijos são mágicos e estonteantes.
Há poesia naquilo que se diz.
O espelho reflete o tempo que por mim passou.
Mas os olhos, esses, guardam a juventude que insiste
em permanecer.
Eles não sabem que a criança nunca morre.
A alma permanece adolescente.
Já não é ingénua como a pequena infante.
É a donzela consciente do bem e do mal.
É a voz da verdade que já não teme o futuro...
Eles não sabem que cá dentro sou força e deusa.
( Celina Seabra)
Comentários
Enviar um comentário