Hoje não te deitas na cama que te abrigou em mais de metade de um século.
Hoje a tua porta não se abre para ti.
Hoje não andas,
levitas algures...
Talvez entre as nuvens deste céu escuro e sem estrelas.
Hoje não vês o pequeno mundo que enquanto mortal te foi permitido usufruir.
Hoje a tua visão está para lá dos meus sentidos e ultrapassa o que de científico é possível explicar.
Esta noite o teu ninho é estranho e novo.
Esta noite o silêncio que te adormece é mortal.
O teu Espírito deixou o exílio para se aproximar dos entes que há muito deixara.
Vê como te abraçam, te consolam, te aliviam das lágrimas que até então ouviste.
A tua alma quebrou os liames da vida que em ti sopraram.
Espero que, hoje, sintas a magia que só os crentes conseguem discernir e ouças cânticos de alegria.
Eu rezo por ti.
(Celina Seabra)
Comentários
Enviar um comentário