Que saudades de ter a Família de outrora, toda reunida!
Havia frio lá fora,
Mas dentro de nós crepitava a chama do Amor e da Alegria.
Os sorrisos não eram fingidos (pelo menos eu não os via
assim.)
Tudo era simples.
Tudo era Paz.
A lareira aquecia o lar que era de todos.
Os pés batiam ao ritmo das canções de Natal!
O Natal escrevia-se com letra maiúscula e tinha tanta
importância para mim!
Lá fora geava,
Mas a missa do galo esperava-nos à meia-noite.
A igreja iluminava-se de luzes e vozes, em uníssono.
Hoje ouço esse passado tão perto de mim que chega a doer.
Recordo os meus avós: gente simples, mas valente!
Recordo a casa que hoje se encontra vazia e a
desmoronar-se.
As paredes aguentam as memórias de antigamente. São os
ossos de quem por ali passou.
Ouço as vozes que por ela sussurram.
Estão tão perto de mim e o passado ficou lá atrás…
Conheço-a de cor, porque faz parte de mim,
Do que fui e do que sou.
Nada apaga o passado, a não ser a doença e a morte.
E eu, enquanto puder recordar, ouvirei as vozes dos que
me amaram.
Feliz Natal, família!
(Celina Seabra)
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