Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

Avó

Lembro-me dela, já eu era uma menina de seis ou sete anos de idade. Chegara de França, país que a recebera, que a acolhera e lhe permitira a sobrevivência e a promessa de um futuro mais risonho e, financeiramento, mais desafogado. Era pequenina, de cabelos escuros, onde alguns cinzentos já apareciam. Teria cinquenta anos? Mais? Menos? Sinceramente, não sei. Na altura, a idade para mim, não era importante. Recordo-a naquela casa que hoje é minha, à entrada da porta, onde uma orquídea de cor azul-céu, era saciada, quase diariamente, pela água que o meu avô, homem sensível, não esquecia de lhe colocar. Pequenina, branquinha ( no momento, “ brancura era formosura” e ela seguia à risca o adágio popular!), de pele mimosa – herança que terá passado às filhas e a alguns netos), vigiava o horizonte, numa forma de se sentir viva, presente, num mundo fechado, que ocupava apenas porque Deus mandara. Vivia da Fé, da Concórdia...