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Hino

  Não ser como tu, primavera, que entras de rompante e espalhas luz e cor por onde eu caminho! És poderosa e mística. Tua confiança surpreende a minha insegurança de todos os dias. Os meus poros absorvem os perfumes que encantam a natureza que floresce ao teu redor. Tudo em ti é perfeição e luz. Caminhas e os teus passos são feltros de múltiplas cores que estampam no cinzento do inverno a esperança da renovação. Tua áurea é esperança e otimismo e os teus gestos asas de aves exóticas que rebentam dos trajes principescos com que te vestes. Tocar-te cura o meu ceticismo, enquanto olhos cegos se vislumbram com uma aurora de ouro.   (Celina Seabra)

Reciprocidade

  Que pena tenho de quem não consegue perdoar. Vivem uma amargura inultrapassável e Cavam mais fundo uma dor que não se esconde sem perdão. Destroem em si a plenitude da felicidade, porque se agarram a palavras e ações loucas e inumanas. Esfrangalham a sua paz espiritual E revolvem tsunamis fictícios. Eu acredito no Tempo. Eu acredito na bondade do ser humano. Eu creio que tudo pode ser ultrapassado quando deixamos para trás o passado disfarçado de vilão. A seu tempo a Verdade surge, sem precisar de archote para ser iluminada. A seu tempo, a retribuição chega, Porque acredito que Quem planta no seu caminho a bondade, a harmonia e o amor, Receberá Paz e Equilíbrio. Chama-se a isso Reciprocidade. (Celina Seabra)

A minha Verdade

 Ninguém pense que está seguro. Desengane-se quem o faz. A vida espanta-nos com as vezes com que perdemos o tapete por onde caminhamos. Hoje Eu, amanhã Tu... Não dês por finalizada a tarefa diária. Quantas vezes o bolso que achavas bem cozido, esconde o buraco por onde resvala a certeza. Por isso, sê contido.  Espalha respeito e generosidade. Não poupes nos sorrisos e nas palavras mágicas.  Olha o Outro de frente:  um olhar teu pode ser o suficiente para  que este continue vivo por dentro. Não escondas a verdade, quando sabes que é pior retê-la. Estranha-se, mas "entranha-se". Pior será que  te chamem mentiroso ou traidor. Não prometas o que não podes cumprir. Fá-lo e ponto! Não vivas à custa do engano e Não incomodes a Liberdade de quem passa por ti de forma pacífica. -  Aprisionas uma alma que se perde. Se tens de dizer que amas, não adormeças. Amanhã pode ser tarde. Faz Agora.  Às vezes, fico triste como o girassol,  porque perde o sol que...

Adeus, fim de semana

 Foi-se o fim de semana!  A noite trouxe a consciência de que voltamos, não tarda, à rotina. O relógio volta ao pulso... (Tinha ficado esquecido na cómoda do quarto.) O corre-corre é touro que nos olha de frente e procuramos ludibriar. O calendário está suspenso no agora, mas marotamente esquiva-se para a ansiedade que já espreita o amanhã. É preciso ver se está tudo pronto, pois quando o relógio do despertador voltar a tocar, a roleta diária provoca-te a entrar. "Tem de ser!" - repetes. Mas lá no fundo permanece a saudade do fim de semana que te acena já ao longe...  "Tem de ser!" - confessas. Como se a Razão precisasse de um empurrão para voltar à ação. (Celina Seabra)

Confinamento

  C abana. Casa. Convento. Camarim. Casulo. Coação. Caixão.   O brigação imposta a uma nação.   N ecessidade, por negligência de quem vê no Vírus uma diversão. Néscio, nefasta perceção do   F anfarrão que se  desobriga de um Dever que faz dele cidadão.  I nfortúnio dos Outros, não deste que se arma em valentão.   N i cotina que lhe enche os pulmões,    A braço infecioso    M ortífera doença que te aprisiona em cadafalso sem ar.  E ncontro inimigo em campo de guerra alheio.   N ão o reconheces logo. É malicioso, ardiloso. Sorriso oblíquo,  T rapaceiro companheiro; aquele que dissimulado e sem querer está a colocar-te do   O utro lado. Talvez, com sorte, encontres o Covid obnubilado e fujas desse abraço bem apertado! (Celina Seabra)