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Mensagens

Mar

 Há, do mar, amantes por todo o lado. Os versos e a prosa dão conta da magia que exerce. É feiticeiro,  mestre em metamorfoses, mago diplomado desde os primórdios do mundo. As fotografias são estampas que despertam aromas variados  e despoletam sentimentos em fogo-de-artifício. Do mar chegam-nos histórias fantásticas e, outras horripilantes. O mar é Janus, dúbio, matreiro, falso, até. Mas apaixona quem dele se aproxima. É luz que atrai a borboleta distraída, incauta, porque despertou para o mundo e tudo lhe parece belo. É tesouro aberto ao mundo que esconde no útero bendito tragédias, romances, encontros e desencontros, seres míticos que geraram História e estórias. O mar é fauna, flora,  água que vai e vem, lágrimas que selaram despedidas, espelho silencioso que abraça o céu. É infinito, como Deus. E eu creio Nele. (Celina Seabra)

Pensamento do dia

 Rumo a nenhures, viajo todos os dias. Vou,  guiada por regras e estereotipias, mas sigo. Sou civilizada. Li o manual Socialmente Correta. Presa ao volante, penso. E pensar exige esforço, concentração e eu não preciso de pensar. Quero ir, mas sem rumo. Ir. Sem barreiras, sem laços que atrofiem ou nos prendam a sentimentos que moem. Quero as manhãs sem agendamentos. Quero construí-las, porque vivo,  não porque tem de ser. Fiz-me escrava de um bem-estar supérfluo. O importante não é correr atrás de manhãs incertas. O importante é ir, respirar paz, tragar a serenidade, batizar-me neste céu que todos os dias se abre para mim. Este é o meu mar e eu pertenço a este céu. (Celina Seabra)

Lados diferentes

  A opinião é uma estrada de dois sentidos: O que vês quando passas à direita, Assume outra visão quando a percorres da esquerda. Há cores que só se vislumbram do lado contrário Ou porque a luz as contorna de maneira diferente Ou porque a tua passagem as permitiu ver de outro ponto de vista. Assim é com a Verdade, que pensavas ser só a tua, afinal, é a mentira da outra gente.   (Celina Seabra)

Gosto de ti

 Gosto de ti porque: - me encontro no teu olhar, límpido e que sabe enxergar; - me escutas e me dizes que se pode falhar e estás aí para me amparar; - me abraças sem tocar, porque há, entre nós, um nó que se entrelaçou sem nos magoar. Nó que aquece e refresca,  que puxa e liberta,  que me faz acreditar que hei de viver  e de ti sempre gostar! 

Vazio

 Vazio: poço sem fundo, amovível, empedrado e frio. Tão fácil perder as asas  e cair. (Celina Seabra)

Somos Instantes

 Julgamo-nos tudo quando não somos nada. Instantes da vida, pedaços de fragilidade. Felicidade passageira prisioneira ao papagaio que, louco, se libertou  e perdeu o voo. Fez-se queda para a mortalidade. E fomos. (Celina Seabra)

Fachada

 De unhas pintadas e bem tratadas  vai a senhora toda aperaltada. Vê-se a fachada não se vê mais nada. Mas no oculto da sua verdade  estremece o receio e há insegurança. - A que se deve tamanha mudança? Afinal, a senhora aperaltada tem sentimentos e é bem educada. Tem um receio: não ser amada. E o mundo, mal intencionado,  não sabe olhar, não sente empatia, tricota o desdém, e não se dá por culpado.   (Celina Seabra)