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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2020

Metamorfose

Às vezes os dias parecem não ter sentido e parto numa demanda para a descoberta pessoal. Temo o silêncio que ouço em mim. Os pensamentos acabrunharam-se e procuro a sensatez e o brilho da ideia que me torna especial. As palavras ficaram suspensas e desordenadas e o silêncio permanece. Não há dor, nem raiva, mas falta a espontaneidade da alegria. A vida materializou-se e o que me impulsiona são os sentidos que teimam em ficar adormecidos tal "besta sadia". Mas luto contra a dolência e busco o discernimento, a clareza para explicar a quimera em que vivo. Depois concluo que é nas asas da imaginação que eu me realizo e sou feliz. Não é uma fuga ao mundo, é antes um ritual de preparação para o fortalecimento social.  São formalidades pelas quais se dá a metamorfose. A minha. (Celina Seabra)

Pensamento do dia

Fosse eu boa e seria capaz de perdoar quem não sabe perdoar. Mas sou imperfeita neste todo que construí em mim. Calo as palavras só para fingir ações e minto. Poluo o jardim a que pertenço e as flores murcham por sede da verdade. (Celina Seabra)

Farpas virtuais

Passam por ti tantos pensamentos, tantas questões, tantas dúvidas que reviram o teu mundo ao contrário. A vontade é vociferar e vomitar tudo o que ficou embrulhado naquilo que começa a ser um túmulo vivo. Depois verificas que o mundo prefere a mentira e tu voltas a fechar-te a sete chaves  deixando, mais uma vez, o lixo que a dor, a raiva e a vontade de dizer depositou em ti. Talvez, com o tempo, ele apodreça debaixo desse tapete que coloriste para poderes florir. Talvez, com o tempo, se transforme em fruto de bondade e possas expurgar-te das farpas que, até então, foram sempre virtuais. (Celina Seabra) (foto Google)
Quando esta tristeza estranha vagueia ao teu lado sem razão para tal, escolhe o degrau mais alto da tua casa e aprecia o céu. Há grandezas que são inexplicáveis, mas estão cá para te agradarem. Há silêncios que não precisam de explicação e são consolo. O céu é o infinito, sem princípio nem fim. Espelha-te nele e serás Cosmo. (Celina Seabra)

Prometo

Prometo não voltar a ceder a quem não olhou ao esforço que fiz para superar o orgulho. Depositei-o aos meus pés. Deixei que secasse a coroa de espinhos que o cercavam, porque acreditei que a vida não é mais do que um sopro e a soberba é a arma dos injustos. Não pensei que fosse tão difícil, mas libertei-me das correntes que me atrofiavam a alma que deve manter-se pura e, assim, pude encontrar paz. Não volto a vacilar e prometo não te olhar mais nos olhos, porque não têm o encanto dos girassóis. São névoas que encobrem o sol que me faz brilhar. E desse sim, preciso dele para sorrir. Por isso, vai! Leva contigo as nuvens que desmancham a aguarela perfeita Adicionar legenda que sou eu! (Celina Seabra)

Pensamento do dia

Perdoar não é fácil, acredito,  mas aquele que nunca perdoa será alguma capaz de reconhecer a modéstia? Orgulho e prepotência são armas dignas do guerreiro que não mede a fins para destruir quem considera seu inimigo. Mas quando o inimigo faz parte do exército que o acolheu, a força organizacional,que é família estruturada,  estará condenada ao sacrifício. (Celina Seabra)

Fingimento

Há olhos que escondem a dor que lhes vai na alma e continuam a sorrir.  Fazem-nos acreditar que o mundo é perfeito e que eles se encaixam totalmente nele. São olhos mentirosos, bem sei.  Habituaram-se a fingir e fazem-nos acreditar que a força da natureza permanece neles. São olhos profundos que nos convencem a olhar na mesma direção, acreditando que vacilar é próprio do ser humano e que os obstáculos estão para serem ultrapassados. Dizem-nos que devemos perseguir os nossos sonhos, pois eles hão de encontrar o caminho... E pegam na nossa mão para que não deixemos de contemplar aquele olhar que acredita em ti e que anseia que tu faças o mesmo..,. E tu acreditas naquele sorriso que encobre uma alma que chora ainda mais que a tua. Sorriso fingido, recriado para uma sociedade que lhe exigiu ser herói. Era especial, edição limitada e não teve coragem de chorar... Engano que iludiu tudo e todos e não te deu a oportunidade de lhe sorrires também. (Celina Seabra)...

Bom dia!

Manhã de Sol, de luz, de brilho matinal, de desejos a realizar sem ambicionar, apenas a projetar e a Viver, a sonhar, Longe do lamentar, Antes o revigorar de que estamos, de novo, a começar! (Celina Seabra)
Desejo maldito de ter o que não podes! Ambição desmedida sem concretização possível! Raiva de não realizares o que tanto cobiças... Querer caminhar mais do que podes resulta na confusão de deitares tudo a perder. É dares passos maiores do que as pernas, cálculos incorretos, vidas desmanchadas. (Celina Seabra)

Ligação perigosa

Eu e a noite somos amigas desconfiadas. Deitamo-nos lado a lado, mas não nos tocamos. Fecho os olhos para que ela não leia os meus pensamentos e me deixe em paz. Detesto as insónias e o nunca mais me deixar ir para aquele mundo que não manuseio conscientemente. Aborrece-me o marasmo de me enrolar em mim mesma para afastar todas as questões que não quero responder… Temo o silêncio da noite que me obriga a acordar, a fugir da cama para escrever ou para caminhar por toda a casa, para que a minha consciência teimosa se anestesie e me deixe descansar. Admiro os que dormem com aquela facilidade de quem boceja e logo se apaga. É o sono dos justos, dizem. Mas eu também sou justa. E também sou advogada e juiz de mim mesma. Multiplicidade de figuras que se confrontam e se desentendem, muitas vezes… Sinto-me castradora do meu próprio sono e invejo os que dormem, reparadoramente, a noite de uma só vez. (Celina Seabra)