Um mesmo mar e duas embarcações - somos assim.
Remamos tantas vezes em correntes contrárias que até já lhes perdi a conta!
Eu sou a tempestade, o vendaval que sacode o meu e o teu barco.
Eu sou o trovão destruidor que ilumina a noite que se torna medonha!
Sou a Destruição.
Tu manejas a tua embarcação e usas o arpão para ludibriar a fera. Não temes seres abocanhado.
"Muito roncar e pouco fazer" - sabes que assim é. E "pela boca morre o peixe."
A tempestade passa. Foi-se a rebentação.
Ficam as palavras loucas, os relâmpagos secos que destroem, queimam, incendeiam...
Mas desce sobre o nosso mar a acalmia.
As canoas reencontram-se de novo,
Até quando, ainda não sei.
(Celina Seabra)
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