Eles eram três.
Deus uniu os seus destinos para os desconstruir, passados alguns anos.
Eram três e passaram a ser dois. A mesma dupla. A díade que Deus consagrara, colocou-os, novamente, frente a frente.
O caminho estreitara-se. O roteiro passou a ser outro.
Novas buscas. Novo itinerário. A busca da salvação.
Era preciso entrar nos eixos da linha que os dois traçaram, porque haviam experimentado serem três.
Deus desconstruiu.
Áurea manteve a sua serenidade. " Faça-se a tua vontade" - parecia dizer. E eu admirava-a por isso. Por essa aceitação sobre-humana.
Coragem de mulher que se agarrou a uma auréola que desconheço.
Candura fundida com o conhecimento da aceitação plena.
Anagrama que não desvendei, mas deslumbrava-me.
Eram dois, então, mas voltou a ser um.
A viagem prosseguiu para a Áurea que ali ficou.
Dor?
Só a certeza de que voltariam a ser três.
Eram três...
Hoje não resta nenhum.
(Celina Seabra)
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