Sono, onde estás?
Procuro - te, mas teimas em não me fazer companhia.Viajas para longe do que são os recônditos dos sonhos e deixas-me nesta espera, por vezes, sofrida.
Não durmo e penso de olhos fechados.
São sonhos em claro e pensamentos soltos.
Criam ansiedade porque o tempo lembra-me que passa e os ponteiros,
que giram sofridamente há séculos, não estagnam.
Vem sono, meu companheiro vadio,
vem e traz-me o véu do esquecimento diário
e os sonhos que me hão de embalar pelo subconsciente indecifrável.
Possui a minha mente teimosa e domina-a para que a doença passe sem sequelas.
Possui a minha mente teimosa e domina-a para que a doença passe sem sequelas.
Procuro - te no comprimido que há de contribuir para a perda da memória do que fui.
Será o domador do meu sono que se esquece de mim.
Vem, sono, meu exigente tranquilizador. Conta histórias, salta números, rebanhos de ovelhas que se recusam a abandonar o redil.
O silêncio diz-me que andas por aqui.
Hás de entrar na minha cama e fazer-me dormir.
(CELINA SEABRA)
Imagem retirada do Pinterest
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