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Mensagens

Instante

 Planos. Sonhos. Mágoas. Depressão... Euforia. Planos...  E de repente, sem aviso, sem compreensão,  ALGUÉM nos tira o tapete  e ficamos sem chão. Foram-se os planos. Aumentou a tensão. Já não há tempo para o perdão nem para recuperar a Vida, o alento e a exaltação. Somos uma mão cheia de nada... Somos Tudo e, ao mesmo tempo, um sopro que se apaga. Somos hoje na Terra,  amanhã em terra...  e depois Nada. Só, Instantes. (Celina Seabra)
 Hoje estivemos tão poucos, mas soube-me a muito. Aquela Paz que, por vezes , se esquiva, esteve sentada ao meu lado. Partilhámos silêncios e sorrisos que só o coração percebe. Captei sons que só os sentimentos detetam. O bocadinho soube-me a manjar dos deuses e senti que os Anjos celebravam ao nosso lado. Ser feliz é estar assim, quieta, e observar o sorriso que brota dos lábios que amo. Feliz Natal! (Celina Seabra)

Meditação

 Criança de ontem, por onde andas? O que contam os teus olhos decorados de rugas? Que histórias relatam as mãos com que construíste a vida? Onde guardaste as lágrimas que nem sempre escondeste? E os risos, ainda os guardas no tesouro das tuas memórias? Às vezes, vejo-te espreitar para dentro do livro que redigiste e roubo-te um sorriso escondido e um  suspiro nostálgico... Guardaste a saudade num cofre que só tu abres... Por vezes, debruças-te à janela e desfolhas as mágoas que secaste, para hoje as deixares partir sem  sentimentos.  Foram-se... O tempo passou por ti, mas trajou-te de recompensas. Continuas íntegra e fiel aos teus princípios. A maldade fez-te vacilar, mas a Bondade foi a tua segurança. A tua insegurança face ao amor fê-lo brotar puro, na tua aceitação. As amizades certas, ruíram como um baralho de cartas colocado na vertical. Fizeram-te perder tempo  com falsas esperanças. Desapontamentos que se desataram com o tempo. Porque o tempo tudo cura, ...

Criança triste

 Criança que olhas mais além, temo os teus pensamentos e a tua evasão. Não brincas, não te limitas a ser,  a fazer só, simplesmente,  sem pensar... Não és criança,  ainda que o teu corpo o seja e as primaveras que carregas lembrem o mundo. Temo o teu silêncio e o teu olhar triste, que questiona o Futuro que ainda não é teu. É um olhar sem sorriso, infeliz, e até, vazio. Em ti paira já a doença da época:                                                              a depressão,                                                            a tristeza inexplicável,              ...

Matematizando

 A matemática faz-me lembrar um comboio de algarismos e símbolos. Os equivalentes (<=>) são os engates que ligam as carruagens. Os denominadores  as rodas que mantêm a máquina e os compartimentos nos eixos. Por baixo, as frações reduzidas ao mesmo denominador,  simulam as linhas férreas, o equilíbrio, a resistência que não deixam vacilar  aquele complexo mecanismo e seguros podemos nele viajar. Os sinais permitem o confinamento físico neste tempo de pandemia e os parênteses, muitas vezes diferentes, solucionam uma breve companhia. O terminus resultará da coordenação de quem vê na matemática a grande solução! (Celina Seabra)

Ímpares

 Somos ímpares, não tenhas dúvidas. Os genes nem sempre ditam a verdade. A caixa que alberga seis ovos pode, aparentemente, parecer ser a mesma, mas lá dentro o ovo varia conforme o tamanho e a surpresa que nele esconde é surpresa, ainda. Só quando abres o invólucro reparas na diferença e, por vezes, mínima, e ainda assim, é ilusão. A textura varia entre o sedoso e o rugosos e já marca diferença. O formato redondo ou mais achatado nos pólos podem distrair-te. Antes de olhares a gema e a clara que a envolve, já vês distinções. E ainda não abriste o ovo. Pequeno ou grande já gera vacilação quando o importante está na revelação. A  primeira impressão nem sempre acerta a opinião. Observar, sentir, ouvir e estudar é meio caminho para acertar.  (Celina Seabra)

Orar

 Orar afasta todos os meus medos e fortalece a minha alma. É a minha forma de começar o dia. Alerta, avanço ao encontro do que não conheço, mas não vou só. A presença Divina acompanha os meus passos e é  minha companheira de viagem. É a minha lucidez e o meu sedativo racional. É o meu início e o meu términus. É a minha salvação e o meu perdão. Oro porque desconheço o depois e a minha confiança vacila se perco a minha Fé. Oro porque é a minha primeira atitude para cuidar dos que amo ao longe... Entrego no instante o Amor que tenho pelas Flores,  que são a essência na minha vida. Orar é a minha forma de cuidar, sabendo que, também, Alguém cuida de mim. (Celina Seabra)