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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2017

REENCONTRO

O passado bateu-me à porta e trinta anos depois presenteou-me com lindas recordações! Afinal, não sou olvidável! A memória recorda-nos o Bem e o Mal, se houve. A curiosidade de saber, pelo menos, onde pára aquele que fez parte da tua vida, permanece. A memória investiga a mais ínfima pista na gavetinha do que é inesquecível. Um cheiro, uma voz, um olhar, uma palavra, são o suficiente para viajar até ao Ontem.  A imagem que criaste em mim vai ficando mais lúcida, transparente e, de repente, sai da neblina em que permanecera durante anos. É o ter sido tua “ colega de carteira”, são os teus cabelos encaracolados, é a expressão dos teus lábios, é aquele casaco cujo tom varia entre o castanho e o laranja ( se calhar, era mesmo castanho!). E voltas a ser Tu, quando te encontro. É verdade que o Tempo deixou marcas, pois já não somos as meninas de outrora. Hoje temos algumas rugas, engordámos alguns quilos, esticaste o cabelo e escondeste os caracóis, porém continuas a ser Tu....

LIBERDADE

Eu, passarinho de gaiola, me confesso hoje, aqui. O meu espaço é a minha gaiola e o meu jardim o baloiço para a liberdade. Longe do mundo, perto de mim, afasto os medos e os obstáculos e liberto-me em voo para o renascimento da alma que se acorrenta em pensamentos evasivos, desconexos... Liberta das cadeias do mundo, das palavras invejosas ou bajuladoras, dos olhares interesseiros, dos ruídos que ensurdecem, reencontro-me… Que bom não fingir, não sorrir só por sorrir, não falar, não usar maquilhagem ou roupa da moda, não cobrir o corpo, nem ter vergonha dele… Que bom poder reencontrar-me na minha solidão, abraçar quem mais nada pede, chorar só para recompor a mente poluída de imagens da sociedade onde sou prisioneira! Que bom, poder reconhecer na minha gaiola os meus traços de gente que sobrevive e que procura ser feliz. Aqui, sou feliz. É o meu canto, o meu leito, a minha almofada pintalgada de pós de fada e em que repouso e encontro o Amor. Gaiola sem loquetes, sem ...

Família

Que paz interior sinto dentro de mim! Tudo parece perfeito, em harmonia, em sintonia com o coração do Universo. Sentada sobre a mãe-Terra, com um pano, apenas, a separar-nos, deixo-me embalar pelas vozes que soam a cantigas, nos meus ouvidos. Trocam-se palavras, algumas risadas, alguma distração, enquanto jogamos… A vida passa ligeiramente ao lado e a Felicidade sentou-se naquele retalho de tecido. Tudo parece tão simples. A brisa hipnotiza o Instante e eu seria feliz para sempre ,se ali estivesse. A terra respira e o meu coração bate em sintonia com o seu rejuvenescer. Há borboletas, finalmente! E não só as de cor branca, as de todos os dias, mas ao meu jardim, chegaram as coloridas. Tão frágeis, tão belas, mas tão resistentes à efemeridade da vida! Que paz, que calma, desceu sobre nós. Corações que se conhecem, olhares que se entendem, palavras que emudecem, porque quebrariam aquele momento que se quer assim, pacífico, ternurento, espalhado naquela aguarela do meu jardim...

Constança

Olha a pequenita que já quer ser mulher e esquece que ainda tem muito a aprender! O espelho mostra-lhe as mudanças, Mas as suas pernitas ainda são de criança. Cabelos compridos reparte em duas tranças, As ancas ajeita, o sorriso simula, seu porte feminino dá-lhe confiança. Constança, Constança, porque queres tu crescer? Não vês que o adulto quer rejuvenescer? Desce dos sapatos altos, põe os pés no chão, canta, salta, dança, usufrui da  infância com toda a paixão! ( Celina Seabra)
Negros estão os campos da minha região Quem isto fez, não tem coração. Que prazer diabólico vê quem incendeia Passar a preto, prados, florestas, em cadeia?! Tal Nero que Roma aprecia ver em chamas Assim o criminoso rouba o prazer de contemplar e o futuro às nossas crianças. Também eu, também eu, brinquei por estas terras, Corri, saltei, tropecei, subi a serras. Hoje, o carvão ornamenta  aquilo que outrora fora belo, Em vez de árvores e flores, perpetuam o flagelo. A ti, jovem de hoje, te deixo um apelo Planta, cultiva, estima, deixa no mundo o teu selo. ( Celina Seabra)
Quando TU morreres, EU quero morrer também. Tu, o meu Herói, o meu Amigo, o meu príncipe generoso e gentil, transformas os meus dias e dás-lhes luz e sentido. És a minha Consciência, a minha Razão, o mapa em quem confio. TU, chave de sabedoria, ombro amigo que me embala e me protege dos pensamentos negativos. És a minha estrela da manhã, a oração feita realidade. Sem Ti, seria incompleta e vazia. Quando Tu morreres, Eu morro, também! ( Celina Seabra)

ORAÇÃO

Meu Pai infinito, Hoje aqui me apresento para te agradecer a minha vida e as estrelas que colocaste à minha disposição. São flores que ornamentam o meu caminho. Perfumam-no e tornam-no mais macio e mais fácil de percorrer. Peço-te perdão pela minha alma que permanece encarcerada num corpo amedrontado. Fujo à realidade e creio em quimeras e em suposições. Esqueci as orações… Creio na Mãe Terra e em tudo o que gravita ao seu redor. Creio no Infinito, num PAI terno, generoso, capaz de transformar o humilde em poderoso. Ouço o silêncio e questiono-o: onde estás? Por que não desmoronas o pecado, a maldade, a vingança e impões a igualdade, a liberdade? Por que não moves montanhas e não transformas quem de Ti desdenha? Por que não TE mostras mais vezes?  - em sorrisos, palavras, abraços, ações grandiosas, humanitárias… Por que não destróis os vendilhões que voltaram a ocupar o Teu Templo e o corrompem com trocas,...