Eu, passarinho de gaiola, me confesso hoje, aqui.
O meu espaço é a minha gaiola e o meu jardim o baloiço para
a liberdade.
Longe do mundo, perto de mim, afasto os medos e os
obstáculos e liberto-me em voo para o renascimento da alma que se acorrenta em pensamentos evasivos, desconexos...
Liberta das cadeias do mundo, das palavras invejosas ou
bajuladoras, dos olhares interesseiros, dos ruídos que ensurdecem, reencontro-me…
Que bom não fingir, não sorrir só por sorrir, não falar, não
usar maquilhagem ou roupa da moda, não cobrir o corpo, nem ter vergonha dele…
Que bom poder reencontrar-me na minha solidão, abraçar quem
mais nada pede, chorar só para recompor a mente poluída de imagens da sociedade
onde sou prisioneira!
Que bom, poder reconhecer na minha gaiola os meus traços de
gente que sobrevive e que procura ser feliz.
Aqui, sou feliz. É o meu canto, o meu leito, a minha
almofada pintalgada de pós de fada e em que repouso e encontro o Amor.
Gaiola sem loquetes, sem ferrolhos, sem códigos, mas sinónimo
da minha LIBERDADE.
( Celina Seabra)
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