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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2017

Fernando Pessoa

Admiro-te Pessoa, por tudo o que escreveste e por todas as almas que viveste. Entendo-te. Foste uma vida embrulhada para dentro. Inteligente, Muito acima do teu presente. Ave arisca, difícil de apanhar na armadilha pessoal. Vaso diferente, invulgar, feito de poente, ausente da gente que teima em passar. Impressionista, surrealista, modernista e saudosista, Foste arquiteto e paisagista. O templo que ergueste era imaterial, singular… Era sonho profético, quinto império arquétipo. Desenraizado, órfão de pai, ausente da pátria. Regresso do peregrino que não esquece a terra natal. Amaste a pátria como ninguém, mas no momento ninguém te amou, antes te julgou. “ A minha pátria é a língua portuguesa.” Herói lusíada, Mito do poeta que fica incrustado na pedra que deu origem à nação. Louco do ontem, do hoje e do amanhã. Olho de falcão que descreve , em palavras sábias, o mundo na perfeição. Desse baú mágico onde guardaste a tua vida, a tua ausência ...

Hoje

Na “ minha “ escola ainda ouço vozes. Vinte e dois anos passaram num ápice! Ao olhar o caminho percorrido não sinto saudades, sinto antes alguma nostalgia. Nem todos os anos foram bons. Alguns pareciam não ter fim. O inverno é penoso! Dias curtos, cinzentos, frios, em salas frias. Trabalho acumulado que tem de ser realizado. Se não for na escola, em casa deve ser executado. Família que precisa de ti… de nós. Vozes que se atropelam, que não esperam e que perturbam hoje a idade que não perdoa. Algum riso perdido… Mas cresci, amadureci. Chorei muito e ri muito também. Amei filhos que não eram os meus. Alguns acolheram-me nos seus corações e ficarei para sempre nas suas memórias. Para outros fui apenas tempestade passageira, relâmpago que rapidamente se perde e desaparece. O bom de ser professor é ser reconhecido por quem já não reconheço. A fotografia está lá, escondida na arca das tuas recordações… mas os alunos são tantos e os nomes tantos também. E tu...

INSTINTO

INSTINTO Impulso natural que leva à ação. Eu possuo, Tu possui-lo Nós possuímo-lo. Tal o animal que age instintivamente para sobreviver, para procriar, Eu e Tu, usamo-lo, também. É no momento. É ação. É o ponto de partida para uma meta que se vislumbra perto. É o desejo de ser amado. É o estímulo para quebrar correntes. É o desprender-se do Tempo, da exatidão dos ponteiros do relógio que controlam a civilização. É quebrar o voto de castidade. É deixar de ser púdica, para ser arisca, selvagem e usufruir num só momento todo o prazer do instante. É desobedecer e descer sorrateiramente a escadaria ou saltar a janela da casa que te aprisiona. É matar a sede de viver e a fome de fazer parte de todas as sensações. “ Instinto é o olfato da alma.” É rebelar-se contra a consciência e obedecer somente aos sentidos. É ser animal. É ser gente que cuida dos outros, porque sente dentro de si o Bem e a Dor. É amar sem limites e guardar dentro de si este segre...

A ti, Beatriz

Noiva do Senhor, foi quem vi hoje junto do altar. Criança perfeita aos olhos do mundo. Beleza e aroma das flores que se usam nos perfumes de bebé. Mãos de artista que enrola no pulso o terço branco, virgem, e enfeitas a moldura que hoje és Tu. És filha de Deus e filha do mundo. Hoje junto ao altar, nem sei se percebeste que depois de loucas correrias pela vida, tudo nos conduz a um altar, seja ele cristão ou pagão. Hoje crente no alimento espiritual, Amanhã vacilante. Depois o reencontro, se souberes ouvir a voz do Infinito e se souberes abrir todo o teu peito ao ar que te permite respirar… Respirar…Tic, Tac, Tic, Tac… É o bater do teu coração. Hoje és o aroma da Fé, das orações que começaste a memorizar. Amanhã a certeza ou a dúvida… Mas o Futuro é incógnito e mistério. Silêncio. Usufrui do momento. És feliz!

Primeira Comunhão

Primeira Comunhão: primeiro contacto com Deus. Primeira aposta na entrega total. Primeira oportunidade de ficarmos ligados a uma família cristã. Primeiro toque de Jesus. Primeira ilusão de nos tornarmos santos. Primeira consciência de uma inconsciência infantil. Primeiro alimento palpável, mastigável que pela consagração Se tornará espiritual. Primeira atenção, entre muitas distrações, com a palavra de Deus. Primeiro olhar para o Senhor… Primeiro olhar para crer mesmo sem ver. Desvio do que é material. Entrega, Comunhão.  ( Celina Seabra ) Dedicado à Beatriz!

Senhor Cão

O cão que tem quatro patas que ladra e que se arma em valentão Só para proteger o portão e afastar o ladrão, Uiva à lua e também, à buzina da carrinha do pão. O cão, que parece um valentão e, por vezes, um paspalhão corre para se esconder na escuridão  ou perto do patrão. O cão, que é amigo do dono, mas que é um comilão e um grande glutão, vê a fome que aperta  ou o cheiro do biscoito desperta, larga a brincadeira e até a porteira, ataca a algibeira e esquece as boas maneiras. O cão deixou de ser humilde porque também tem pedigree Ora é bom, ora é ruim. O cão também se modernizou: tem médico e manicure Come panike e até confiture . E já não espanta o ladrão, porque acompanha o bebé a ver televisão. Não tarda, vira patrão com carta de condução e cartão de crédito para pagar a pensão. Talvez seja um aldrabão Ou um honesto cidadão Isso, dependerá da opinião. ( Celina Seabra)

Futuro

Futuro Incerto Vago, Traiçoeiro. Manhã de nevoeiro, Tarde outonal, Geada no caminho. Futuro, Enigma Caixa de pandora Busca do Santo Graal Caminho de peregrinação, de abnegação… Cofre sem chave. Futuro, Objetivo proposto Amanhã suposto Água da vida Trilho para a realização Ou, então, para a perdição. Futuro, Invenção do Homem Que não se acomoda E que vive para Ser e para sobreviver. ( Celina Seabra)