Admiro-te Pessoa, por tudo o que escreveste e por todas as
almas que viveste.
Entendo-te.
Foste uma vida embrulhada para dentro.
Inteligente,
Muito acima do teu presente.
Ave arisca, difícil de apanhar na armadilha pessoal.
Vaso diferente, invulgar, feito de poente, ausente da gente
que teima em passar.
Impressionista, surrealista, modernista e saudosista,
Foste arquiteto e paisagista.
O templo que ergueste era imaterial, singular…
Era sonho profético, quinto império arquétipo.
Desenraizado, órfão de pai, ausente da pátria.
Regresso do peregrino que não esquece a terra natal.
Amaste a pátria como ninguém, mas no momento ninguém te
amou,
antes te julgou.
“ A minha pátria é a língua portuguesa.”
Mito do poeta que fica incrustado na pedra que deu origem à
nação.
Louco do ontem, do hoje e do amanhã.
Olho de falcão
que descreve , em palavras sábias,
o mundo na perfeição.
Desse baú mágico onde guardaste a tua vida,
a tua ausência nunca será despedida.
( Celina Seabra)
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