Hoje sou outono. A cor que me ornamenta é o amarelecido do trigo que recordo no pico do verão e a corola da cor do rubi é a gola que me aconchega. O vento sopra suavemente e os pássaros abrigam-se nas árvores de folha perene. O vento que sopra é ainda brisa... Não é novidade. Este outono era esperado. Só não esperava um desfolhar tão repentino. A árvore que nasceu de um pequeno rebento e que aguentou invernos, - umas vezes chuvosos e turbulentos, outros mais acolhedores, de partilha de histórias, de olhares compreensivos, de abraços que se entendem, de toques cúmplices -, que viveu primaveras longas de crescimento e verões auspiciosos, entrou, agora, no outono da vida e toda a sua imponência se reduziu ao tronco que suportou os ramos e toda uma diversidade de flores, folhas, frutos... Nela viveram seres bonitos,especiais,singulares, extraordinários... O trançado do meu cabelo reflete o cinza do metal e do inverno que se aproxima. H...
Pensamentos em forma de poesia