Hoje sou outono.
A cor que me ornamenta é o amarelecido
do trigo que recordo no pico do verão e a corola da cor do rubi é a gola
que me aconchega.
O vento que
sopra é ainda brisa...
Não é novidade.
Este outono era esperado.
Só não esperava
um desfolhar tão repentino. A árvore que nasceu de um pequeno rebento e que aguentou
invernos, - umas vezes chuvosos e turbulentos, outros mais acolhedores, de
partilha de histórias, de olhares compreensivos, de abraços que se entendem, de toques cúmplices -,
que viveu primaveras longas de crescimento e verões auspiciosos, entrou, agora,
no outono da vida e toda a sua imponência se reduziu ao tronco que
suportou os ramos e toda uma diversidade de flores, folhas, frutos...
Nela viveram
seres bonitos,especiais,singulares, extraordinários...
O trançado do
meu cabelo reflete o cinza do metal e do inverno que se aproxima.
Há flocos de
neve à mistura com a folhagem que me cobre.
Hoje despeço-me
das folhas e das flores que se afastaram de mim. Desejo-lhes sorte e paraísos
terrestres felizes.
Até sempre, meus amigos!
( Celina Seabra)
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