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Mensagens

Deixar para amanhã

Perdoar não é fácil, mas a gente acredita que é possível. Subir uma montanha exige esforço, mas não é inultrapassável. Nascer exige sofrimento, mas a dor esquece-se com beijos. Reaprender a andar, a amar, a viver, nunca foi simples, mas a alma cria defesas e aceita novos desafios ou, então são esses desafios que te fazem acreditar que é nas dificuldades que nos reencontramos e reconstruímos o puzzle que julgámos destruído para sempre. Talvez a peça já não seja a mesma, mas o importante é ocultar e reocupar esse vazio, essa dor, essa negação e redesenhar em ti o sorriso que só a tua sanidade mental é capaz de reconhecer. A vida não se escreve porque queremos.  A vida vai-se escrevendo por ela. Se julgas controlar os desígnios do Infinito, cai na realidade. Hoje estás no sopé da montanha e amanhã, quem sabe, cais no abismo.  Perdoar não é fácil, mas é possível. Deixar para amanhã é que pode ser impossível. ( Celina Seabra)

Peço-te

Não odeies o Natal. Por mais que te cortem as asas, não deixes de acreditar. Ainda que o passado te assombre e faça tremer o teu presente, aquece o teu coração e deixa que a tua consciência levite para lugares quentes e risonhos. Por mais que os lugares à tua mesa permaneçam vazios, ocupa-os com recordações memoráveis e deixa que a tua alma serene. SSSHHHH... respira...  Permaneces viva e tens uma herança a passar. Enfeita de luzes o teu pinheiro de natal. Coloca em cada estrela um pensamento positivo. Que a neve não congele o cristal das tuas lágrimas. Às vezes é preciso chorar para voltar a ser feliz. Às vezes é preciso gritar para expelir o mal e a angústia. Às vezes é preciso perdoar, mesmo quando a Razão teime em não deixar. SSHHHH... O menino dorme. Ainda está dentro de ti. Embala-o no sorriso dos teus lábios e beija-o com os teus pensamentos... Não odeies o Natal, pois um anjo precisa de ti. ( Celina Seabra)

Entrega

Magia... a noite tornou-se clara. Há estrelas no céu e ao longe ouço cânticos fraternos. Em frente deste céu pintado de reflexos de luz respiro paz e abraço o universo. Faço parte de ti e creio em TI. Tua alma é refúgio e teu colo acolhedor... Diante de Ti deposito o meu orgulho, a minha vaidade e todo o meu mundanismo. Dispo o traje humano com que me vestiste e entrego-me tal qual cheguei: nu, inocente, pobre. Mas anseio e minha´alma tem fome de Ti. ( Celina Seabra)

Momentaneamente

Há quanto tempo não te sentia! Esse sentimento natalício bateu, hoje,à minha alma e chegou de mansinho. Sem música, sem sininhos cantantes, sem aromas. Mas entrou em mim e vi-me sorrir porque minh´alma sorriu também. A criança sonhadora, auspiciosa de desejos de bonança renasceu momentaneamente. O fósforo apagado tomou alento para acender a fogueira do júbilo. Sem música, sem montras decoradas e que ofuscam os olhos mas não preenchem a alma, vi-te em mim. O brilho mágico da noite que se aproxima deixou estrelinhas e a promessa de que sou feliz. ( Celina Seabra)
Nos teus ombros sinto que carregas parte do peso do meu mundo. Os meus pensamentos obscuros também te enegrecem e agrilhoam… Coloquei em ti toda a esperança do mundo e carregas a minha desilusão que se torna a tua desilusão. O teu silêncio é barreira. Será, talvez, a tua tábua de salvação. É a tua fuga à realidade e a tua juventude alicia-te a ir por aí. Não me macem! – pareces gritar nesse silêncio que te torna mais cabisbaixo. Carregas nos teus ombros o meu e o teu drama. E eu tenho pena de ti e raiva de mim! ( Estrelinha)

Sou múltipla

Sou múltipla e em mim digladia-se o Bem e o Mal, a Heroína e o Vilão, a Verdade e a Máscara. Sou fera, quando barbaramente ou injustamente maltratam os que amo e admiro acima de todas as coisas do mundo! Sou leoa quando decido enfrentar os meus medos que atrofiam os meus pensamentos e entorpecem as minhas ações e me determino a atingir os meus fins, porque o Medo é irracional e inimigo da perfeição. Sou malévola quando me deixo apoderar por sentimentos de inveja ou de ciúme. Sou automasoquista quando desvio o meu olhar das muitas alegrias que preenchem o meu mundo e finjo não as ver, porque o materialismo, a futilidade, cega-me! Sou insensível quando olho pelos olhos dos não misericordiosos. Sou Heroína quando abraço sem pedir nada em troca, quando defendo o injuriado, o injustiçado, quando estou ao seu lado ( mesmo sendo a única), quando partilho o meu alimento, porque não sou egoísta e beijo o desgraçado. Sou Justa quando avanço para a Verdade e nada temo. Sou trovão...

Talvez...

“ Somos múltiplos” e vivem diferentes “eus” dentro de nós. Quem duvida disso? A máxima universal diz-nos que “ quando alguém nasce, nasce selvagem”, mas a sociedade, a educação e o meio social intervém na nossa formação. Impuseram-se regras, leis, direitos para que a fera que habita cada um de nós pudesse permanecer adormecida, anestesiada, narcotizada… Mas um dia a sociedade que impôs, deixou de dar o exemplo e esqueceu as regras da boa educação, os direitos de igualdade, liberdade e fraternidade… O alimento moral e orgânico escasseou e a fera acordou. E num mundo onde não há pão nasce o ladrão e o vilão! A lei da sobrevivência apela a instintos animalescos e deixamos de reconhecer o Outro. A herança de Adão e Eva não se perdeu. Pertencemos à mesma árvore genealógica. Talvez necessitemos de ser expulsos do Paraíso para voltarmos a recomeçar… Talvez precisemos de uma nova arca da aliança, de um sinal, de um arco-íris para podermos voltar a ser felizes e a ver no Out...