Está tudo feito. Já tudo foi dito. Já de tudo se escreveu. As palavras surgiram. Primeiro sons, depois pequenas formas de dizer, de chamar, de compreender, de amar e até de ofender. As palavras tornaram-se um mar. Algumas mergulharam num abismo e não têm retorno. Outras encontraram terra onde ficar. Alguém, um dia, se lembrará de as ir repescar. À tona navegam uma infinitude de termos. Alguns debatem-se pela sobrevivência. Não querem passar à imersão. Combatem pela sua difusão. Outros acotovelam-se entre a concorrência. Querem marcar presença. E aquelas que longe dos comuns invulgares se mantinham, aproximam-se para não se transformarem, em ilhas. Usam luvas de pelica. O cheiro fétido da vulgaridade incomoda-as. É que o Calão, que dentro da hierarquia se situava no mais baixo escalão, vê a oportunidade chegar e em popular se tornar. Hoje o ensino não cativa, aborrece. As palavras que são a nossa pátria ficam esquecidas para sere...
Pensamentos em forma de poesia