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Naquela nuvem é que eu estava bem

Naquela nuvem é que eu estava bem. Longe do mundo confinado a normas e a tangentes arriscadas. Ali, sobrevoando o infinito, seria capaz de tocar na limpidez celestial. Adormeceria na cama feita do algodão que os anjos apanharam. A noite seria sem sonhos, sem sobressaltos, sem o bater do coração habituado a fármacos para estar tranquilo. Navegando o céu cristalino estaria mais perto da criação divina.  Seria átomo, solto num espaço e talvez pudesse brincar na palma da Tua mão. Naquela nuvem que singra o céu, que debaixo contemplo, entregaria os meus pensamentos. Os intranquilos, os que assombram a minha missão terrena, os que explodem em lágrimas. Fartaria com elas aquela nuvem que sabe para onde corre e por ali se espalha. ( Celina Seabra)

Mal me quero

Como invejo quem assim canta! Que emoção as palavras que o poeta escreve e me soam a conhecidas. Que lindo esse riso natural que adotaria para mim! A inteligência espanta-me. As ações   - as boas – são orações executadas e admiro-as porque não sou perfeita. O brilho aquece o meu raciocínio, irmão gémeo do ceticismo. Como almejo a espontaneidade de quem sabe o que quer! O que não daria para ter o dom de me descoser e recriar em mim os dons da gratidão, da simplicidade e da Fé! Porque não sou borboleta ou ave? Bizarra, antes, do que insegura e sem amor-próprio! Faz-me falta o orgulho e a valentia. ( Celina Seabra)

Reflexão de hoje

Quando tu achavas que a tua caminhada era estável e apaziguadora os ventos do norte levantam o tapete que carinhosamente teceste e empurram-te para novas dimensões. Porquê? - questionas? E essa voz interior sussurra como se brincasse contigo: Afinal, esta ainda não era a tua última matrioska! ( Celina Seabra)

A pedra

" No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho" - dissera, outrora, o poeta brasileiro. Hoje: No meio do caminho há uma pedra há uma pedra no meio do caminho... Aparentemente, parece não existir. Mas ela ali está. Camuflada. Afastada dos olhos, mas ligada à  magia dos meus instintos. Não é uma pedra angular. Não é uma uma pedra de pedra. Mas é uma pedra e incomoda, ocupa o meu espaço! É a pedra da minha ansiedade: incógnita, ainda por desvendar. Não é a pedra filosofal. Ou talvez seja o indicador de um novo ritual batismal. É uma pedra disforme e a vontade é pouca para a ultrapassar. É uma pedra de moinho: desgasta e pesada. O tempo passou por ela. Gravou imagens sólidas para não mais se apagarem. É a pedra de uma vida que desconheço. É a porta por onde não quero entrar... Magnética, puxa por mim. Eu sei e Tu sabes que lá hei de chegar. Hoje desconheço-a. Não parece uma pedra  preciosa. ( Fosse ela cianita azul e a...