Naquela nuvem é que eu estava bem.
Longe do mundo confinado a normas e a tangentes arriscadas.
Ali, sobrevoando o infinito, seria capaz de tocar na limpidez celestial.
Adormeceria na cama feita do algodão que os anjos apanharam.
A noite seria sem sonhos, sem sobressaltos, sem o bater do coração habituado a fármacos para estar tranquilo.
Seria átomo, solto num espaço e talvez pudesse brincar na palma da Tua mão.
Naquela nuvem que singra o céu, que debaixo contemplo, entregaria os meus pensamentos. Os intranquilos, os que assombram a minha missão terrena, os que explodem em lágrimas. Fartaria com elas aquela nuvem que sabe para onde corre e por ali se espalha.
( Celina Seabra)
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