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Mensagens

Receita para um dia pacífico

  Receita para um dia pacífico: - abrir as janelas do quarto para arejar a porta da consciência mal desperta; - sacudir a preguiça abrindo os braços para o alto, como se embalasses um filho; - inspirar e expirar cinco vezes; - limpar e abrir o sorriso e treiná-lo diversas vezes. Por exemplo, sorri para o dia que acabou de nascer e que continuas a ver, sorri para quem está ao teu lado, sorri para o céu, sorri para as aves, para os teus animais de estimação e sorri para ti, como se olhasses Deus; - faz a tua primeira oração e deixa voar os teus pensamentos; - sê corajosa e afasta o medo (pode ser devagarinho); - alimenta o corpo - a gosto e q. b. - pois o importante é esse bem-estar que vem de dentro; - arranja-te e mima-te - é importante sentires-te bonita. A beleza interior também irradia nessa consonância; - prepara os teus passos e sê firme. Confia no que há de vir, porque muito depende de ti. Não imaginas o quão importante és para quem passa por ti,a fingir que é feliz. - Abraç...
  Viver. Sopro com que entraste na arena dos    Mortais. Luta que não escolheste mas que aceitaste no primeiro grito que irrompeu no universo e te batizou. Despique entre a tristeza e a vontade de te vestires de alegria. Queda em cama de rede Que te ergue e te faz carregar o archote que ilumina o teu caminho e o dos outros. És fiel a ti e ao teu querer, Ainda que pedras ladrilhem o caminho que desbravaste em cada descobrir. És bússola nas noites em que o luar se esconde: Acendes estrelas que te coroam Mulher, dona da vida que te entregaram para viver. (Celina Seabra)

Madrugada escura

-  Encosta a porta! Não deixes entrar a madrugada de Outono! Observo o que pouco se vislumbra. A porta está aberta e Ela já começou a entrar. É enorme! As sua saia volumosa ocupa quase todo o espaço e traz mistério. Quero olhá-la nos olhos, mas não os encontro. São fugidios, quase tímidos. As estrelas apagaram-se e deixaram uma madrugada cinzenta, ainda muito vestida de carvão. Parece trazer consigo os pesadelos do mundo. Ocupou a minha alma e está mais pesada. Não gosto, porque sabe-me a tristeza e eu quero - a dali p'ra fora. Recuo. Agora só somos toque, paradas à frente uma da outra. Os seus olhos são pontinhos de mendiga. Está só. Abri-lhe a porta e ela entrou, mas não é perscrutadora nem exigente. O seu traje enorme, de dama antiga desmazelada, incute cautela. Toda ela é mistério e está sedenta para encontrar uma amiga e narrar as suas histórias. Mas a mim sabem a mistério, mágoa e solidão. Quero uma madrugada rósea, primaveril, com trinados de pássaros e zumbidos de insetos. ...

Sombra em mim

  Sou sombra em mim. Não me toques! Tenho o dom da destruição, a começar por mim. Não te enganes com as aparências. Há janelas que colocam cortinados coloridos só para o lado de fora. Não me vejas por dentro. Vais desiludir-te por entre escadarias frias que não levam a nada. Não te percas em me decifrar. Melhor seria leres o livro que adias há algum tempo e que te ensina a amar. Não esbanjes tempo em campos áridos. As flores não rebentam em terra seca nem a água a quer para a desbravar. Não te prives da luz que o mundo te oferece e arranca as cadeias que te fazem vagabundear. Sou sombra, espetro que desempossa os outros da felicidade; não me persigas! Por isso, emerge,   solta em golfadas a água que te impede de respirar e cruza o oceano, para longe deste lugar.   - Sou sombra, já te disse. Busca o sol, deixa-me só a mim, assim, a eclipsar.   (Celina Adro Morgado Seabra) Coimbra
  A vida é um rio que corre em direção ao mar. No início, regatozinho tranquilo e puro, Sabe a canção de ninar. Depois,  lago amplo e transparente,  espelho onde se mira o sol e o luar. Mais tarde, rio, braço forte que navega correntes contrárias só porque a vida também tem obstáculos a transportar. A vida é regato, lago e rio que desaguam no mar.      É aqui que se faz o balanço                                                 das lutas e sucessos, dos medos que tiveste de enfrentar.                                                                          (imagem retirada da internet) É, finalmente o lar, o d...
  Eu perdoo, Mas não esqueço. O tempo ameniza os dissabores, as angústias, as zangas. Liberta - nos do peso no coração, Dos pensamentos repetitivos, como feridas que custam a sarar. O tempo seca as lágrimas, Amacia a mágoa que pesa e entristece, Lava - a e esfrega-a, Como a lavadeira bate e torce a roupa  e depois põe - na a corar.  O sol tem o dom de dissipar a nódoa e cavalga no tempo para o domesticar Porém, . não esqueço quem me fez infeliz... Reconheço o seu rosto e a marca que o sol encobriu e o tempo engomou. Tornou-se mais leve olhar para ti. Quase desapareceu a dor que a mágoa plantou. A mancha quase se evaporou no espelho da alma. E,  um pouco mais de tempo,  aposto que desaparecerá a fenda que sacudiu a vidraça  e bloqueou a luz. Porque o Tempo sara  e os ciclos da vida varrem o que não interessa. Fardos desnecessários  acabrunham. E eu tenho de plantar o Amor. Perdoo, Mas não consigo esquecer quem me fez infeliz. - Lamento, m...

PARTIDA (acróstico)

P ortal para uma nova a ventura tecida no tempo que agora escrevo. R asgão que se abre no horizonte que ainda mal vislumbro, mas que já sonho. T empo de inquietude, de virar a página para escrever novas narrativas. I nvasão interina, mapeamento do que nós ainda não conhecemos. D ança de pensamentos, telepatia da saudade que vem colada aos poros do ADN que herdámos. A manhã                       rascunhado a carvão e pintado com lápis de cera. (Celina Seabra)                                                                                                                         ...