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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2019

Naquela nuvem é que eu estava bem

Naquela nuvem é que eu estava bem. Longe do mundo confinado a normas e a tangentes arriscadas. Ali, sobrevoando o infinito, seria capaz de tocar na limpidez celestial. Adormeceria na cama feita do algodão que os anjos apanharam. A noite seria sem sonhos, sem sobressaltos, sem o bater do coração habituado a fármacos para estar tranquilo. Navegando o céu cristalino estaria mais perto da criação divina.  Seria átomo, solto num espaço e talvez pudesse brincar na palma da Tua mão. Naquela nuvem que singra o céu, que debaixo contemplo, entregaria os meus pensamentos. Os intranquilos, os que assombram a minha missão terrena, os que explodem em lágrimas. Fartaria com elas aquela nuvem que sabe para onde corre e por ali se espalha. ( Celina Seabra)

Mal me quero

Como invejo quem assim canta! Que emoção as palavras que o poeta escreve e me soam a conhecidas. Que lindo esse riso natural que adotaria para mim! A inteligência espanta-me. As ações   - as boas – são orações executadas e admiro-as porque não sou perfeita. O brilho aquece o meu raciocínio, irmão gémeo do ceticismo. Como almejo a espontaneidade de quem sabe o que quer! O que não daria para ter o dom de me descoser e recriar em mim os dons da gratidão, da simplicidade e da Fé! Porque não sou borboleta ou ave? Bizarra, antes, do que insegura e sem amor-próprio! Faz-me falta o orgulho e a valentia. ( Celina Seabra)

Reflexão de hoje

Quando tu achavas que a tua caminhada era estável e apaziguadora os ventos do norte levantam o tapete que carinhosamente teceste e empurram-te para novas dimensões. Porquê? - questionas? E essa voz interior sussurra como se brincasse contigo: Afinal, esta ainda não era a tua última matrioska! ( Celina Seabra)

A pedra

" No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho" - dissera, outrora, o poeta brasileiro. Hoje: No meio do caminho há uma pedra há uma pedra no meio do caminho... Aparentemente, parece não existir. Mas ela ali está. Camuflada. Afastada dos olhos, mas ligada à  magia dos meus instintos. Não é uma pedra angular. Não é uma uma pedra de pedra. Mas é uma pedra e incomoda, ocupa o meu espaço! É a pedra da minha ansiedade: incógnita, ainda por desvendar. Não é a pedra filosofal. Ou talvez seja o indicador de um novo ritual batismal. É uma pedra disforme e a vontade é pouca para a ultrapassar. É uma pedra de moinho: desgasta e pesada. O tempo passou por ela. Gravou imagens sólidas para não mais se apagarem. É a pedra de uma vida que desconheço. É a porta por onde não quero entrar... Magnética, puxa por mim. Eu sei e Tu sabes que lá hei de chegar. Hoje desconheço-a. Não parece uma pedra  preciosa. ( Fosse ela cianita azul e a...

MEDO

Aparece quando não esperas. Chega de mansinho e vai tomando conta de todos os corredores por onde vagueia. Parece fumo. No início surge como névoa ténue. Depois rasteja por debaixo das portas que deixaste encostadas, porque achaste que já não havia perigo. (Já há muito tempo que não aparecia.) Escorrega pelas paredes inseguras da tua alma e chega, primeiro, ao teu coração, depois ao estômago e, enfim, à garganta. Sufoca. Aprisiona. Estrangula. O grito fica ali surdo, atordoando tudo aquilo que és: insegura, hesitante... O MEDO faz em ti uma festa. As emoções descontrolam-se... Cadeias imaginárias encerraram o teu pensamento e tens algemas  em vez de luz e proteção. O Medo ataca as tuas defesas, porque duvidas de quem és. Tudo é negro... ( Celina Seabra)

O pensamento foi-se e a alma ficou

Sonho, às vezes, acordada com uma história de vida diferente. Um vazio preenche-me. Há em mim uma paz fingida e uma mentira escondida. O pensamento foi-se e a alma ficou. É etérea, leve, pacífíca... Pinta-se de cores delicadas. Não há legisladores que confundem a justiça. Há o Eu, o Tu e o Eles. Cada um por sua conta. Mas em mim teima em aparecer o síndroma da União... A Harmonia ganhou raízes na consciência da essência que sou. A Humildade faz-me bem, mas ás vezes sinto-me perdida neste deserto... ( Celina Seabra)

Reflexão do dia

Conflitos geram cansaço, desgaste psicológico. Usam-se palavras que se perdem e em vez de derrubarem muros, levantam-nos. Os braços encolhem-se, os sorrisos esmorecem, agrilhoam-se os afectos e castiga-se o espírito. Seria mais fácil plantar flores e depois colhê-las para as ofertar e fazer feliz o Outro. ( Celina Seabra )

Teus olhos, menina

Teus olhos, menina, transparecem  a esperança. Tens um ar sonhador, nostálgico... Que vislumbras? Que céus magicas na fotografia que te recolhe? O mundo é uma eterna descoberta e a Vida o teu barco ilusório. As águas que escolhes são límpidas e adocicadas. A turbulência desnorteia a tua sensatez. Beleza, perfeição, equilíbrio, verdade, partilha são alicerces do teu bem-viver. Quem te perturba? Quem destrói teus muros de vidro? Quem baixa as cortinas para que o Sol não te ilumine? És claridade, mas falta-te o engenho para seres génio. És crente, mas falta-te a convicção de impor uma Fé. És sonho, mas a prudência impede-te o arrojo. És afeto, amor, apego, mas a insegurança faz tremer o teu braço. És mulher-criança. Embalas meio-mundo, mas ainda anseias por colo... Teu olhar vigia a Felicidade que bate todos os dias à tua porta. É apaziguadora e deixas a porta encostada. Esse bem-estar é o oxigénio dos teus dias. Sem ele és desequilíbrio. E TU és a Harmonia. ( Ce...