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Xeque-mate

Tanta rispidez, tanta indiferença No teu olhar… Nuvens cinzentas perturbam a tua alma e tu não consegues enxergar o sol. Afastas-me. O muro ergue-se. Que mal te fiz? Porque ages assim? Debaixo dos cabelos loiros, Uma mente sórdida, atordoada por acontecimentos desconexos. Construíste um jogo de xadrez ao meu redor. Não voltarei a pecar. Não voltarei a olhar para ti da mesma maneira. Não estenderei a mão. Sou humana. Anseio por paz e amor. Dama ou peão? Tanto me faz. Xeque -mate! ( Celina Seabra)

Culpa

Culpa de quê? Peso na consciência, porquê? Que mal eu fiz? Quis fazer bem e desfiz. Queria ajudar, mas o muro esborralhou-se… Felicidade supérflua, Sempre tão próxima da tristeza. Paraíso fantástico Sempre afastado de mim. Culpada de quê Se dou de mim? Se minto por ti… Medo culpado, É o que viaja dentro de mim. Nuvem agoirenta, Quando será o teu fim? Culpo-te por não ser um poderoso amuleto de marfim. Transporto a melancolia, a angústia, o constrangimento, a insatisfação, a deceção, a depressão. Até quando serei , dentro  do meu ego, desilusão? ( Celina Seabra)

Tristeza

Tristeza Timidamente sinto aproximar-se a tristeza... Perdeu a altivez. Perdeu a humidade luminosa das lágrimas. Murchou como uma rosa cortada, sem a seiva que a alimenta. Vem com um sorriso amarelo. Desconfia dos risinhos alegres, mas o seu coração está cheio de recordações, memórias que animam a alma, momentos partilhados... Não consegue chorar, não sente o aperto no coração,  não sente um nó na garganta, não sente a saudade. Está diferente. À medida que avança para mim, fica mais confiante, sente-se mais segura, tem motivos para sorrir: T ranquila R isonha I luminada S ensível T ímida E namorada Z onza, mas A legre e não infeliz! ( Alice Morgado)

Filho

Plantei uma árvore, rascunhei um livro, escrevi poemas e gerei um filho. Este, a joia mais preciosa, o tesouro imensurável e divino. Acarinhei, tratei, alimentei, amei, ensinei-lhe a distinguir o bem do mal e a ser verdadeiro, honesto, humilde e amigo. Mostrei-lhe o mundo dos livros e prendi-lhe todos os sentidos. Apaixonei-me. O teu sorriso, a tua voz, as tuas feições, as tuas marcas, são o meu alimento espiritual. Guardei-te na moldura do meu coração, no espelho da minha alma, nos afetos da minha memória. Cresceste. Mudaste por fora e, também, por dentro. Afastaste os teus braços do meu pescoço, esqueceste o meu colo que te serviu de ninho, escapaste para um mundo que já não é meu. Os teus brinquedos foram esquecidos e abraçaste as novidades. Estás encantado com toda a informação que circula ao teu redor. As luzes, os gritos, a música clamam por ti. Deixaste de olhar com atenção o céu, o sol, os teus animais de estimação e tudo aquilo que é verdadeiramente teu....

Ser PROFESSORA

Alguém me perguntou: -  o que é ser professora? Passados tantos anos e vivenciadas tantas emoções, o meu coração balança entre a dúvida e a certeza da escolha que outrora fiz. Porém, quando reflito, todo o meu Eu me diz que não poderia ter escolhido outra profissão. Hoje não só sei ensinar como também continuo a viver para os meus alunos. Sou boa ouvinte e alguns ( infelizmente, alguns apenas…) continuam a ouvir-me, a apostar em mim a sua crença na vida e na aprendizagem. Ser professora é ensinar, mas falar também, trocar ideias, experiências, fazê-los lembrar que a maturidade é sabedoria e que a experiência é mais importante que a teoria. Ser professora é estar lá e cá, ao mesmo tempo. É olhar os seus alunos (e são muitos!)e perceber o que pensam, se estão contigo, se estão ausentes procurando mundos diferentes daqueles que lhes ensino, é olhar ouvindo-os; percebendo-lhes as suas vontades, as suas dores, as suas diferenças… Ser professora é estar atenta a todos os s...

Paz

Que paz interior sinto dentro de mim! Tudo parece perfeito, em harmonia, em sintonia com o coração do Universo. Sentada sobre a mãe-Terra, com um pano, apenas, a separar-nos, deixo-me embalar pelas vozes que soam a cantigas, nos meus ouvidos. Trocam-se palavras, algumas risadas, alguma distração, enquanto jogamos… A vida passa ligeiramente ao lado e a Felicidade sentou-se naquele retalho de tecido. Tudo parece tão simples. A brisa hipnotiza o Instante e eu seria feliz para sempre ,se ali estivesse. A terra respira e o meu coração bate em sintonia com o seu rejuvenescer. Há borboletas, finalmente! E não só as de cor branca, as de todos os dias, mas ao meu jardim, chegaram as coloridas. Tão frágeis, tão belas, mas tão resistentes à efemeridade da vida! Que paz, que calma, desceu sobre nós. Corações que se conhecem, olhares que se entendem, palavras que emudecem, porque quebrariam aquele momento que se quer assim, pacífico, ternurento, espalhado naquela aguarela do meu jardi...

Fraqueza

No alto daquela serra foi depositada, um dia, uma sementinha que fora desejada. Timidamente brotou. Primeiro dentro do calor materno da Mãe sua alma alimentou e, aos poucos, a força do ininteligível fê-la nascer. Era um dia de sol e seus olhos habituados à escuridão amiga que a gerara, fecharam-se à vida e aos sons. Temia o desconhecido, o inexplicável. Mas o Infinito aconchegou-a, tomou-a nos braços e embalou-a. Ensinou-lhe a escutar a voz da Vida, a admirar a resplandecência do Céu, a respeitar Tudo ao seu redor, a Amar os Outros como a si mesma, a acreditar nos Homens, a acreditar em Deus como ser imensurável mas bondoso. Ensinou-a, enfim, a ser árvore da Vida, símbolo sagrado da criação, da fecundidade e da imortalidade. A semente germinou, mas então, o que falhou? Porque não ergueste os teus ramos em direção ao Céu? Porque não desabrochaste em frutos? Porque impediste que as tuas raízes se espalhassem além da terra que conhecias? Porque não duplicaste o dom da vida? Porq...