O que ficou de ti foi a tua imensa vontade de viver. Em todo o teu discurso procuravas fintar a morte. Com as tuas questões colocavas-nos na posição de deuses, de pequenos detentores da Verdade. " Claro, que vais viver." - dizíamos. - " É preciso ter FÉ." Se calhar não foi o bastante; não tivemos Fé. Receámos pela tua vida, pois já predestinavam a tua morte. Cruzaste a ponte. Depois de uma luta apressada entre a cama da tua casa e a do hospital, partiste definitivamente. Talvez te tenhas cansado de querer ficar. Talvez aquele sono que te tirou de nós durante longas horas, tenha sido o teu ritual, a tua purificação para te libertares da vida terrena e entregares-te nas mãos de Deus. Como os anjos regressaste para consolar quem ao teu redor chorava e pedia pela tua vida. Foi pouco o tempo, mas trouxe esperança e sorrisos. Os anjos nunca se revelam por muito tempo; preferem o Céu. E TU voaste com eles. O teu adeus ao mundo para te entregares, fina...
Pensamentos em forma de poesia