Cor. Muita Cor é o que desejo hoje. Luz, paleta de um pintor, para assim salpicar o cinzento do inverno que se despede. Vai para longe. Emigrou para outras paragens. Arrasta consigo o seu capote de tempos infinitos. Parece cansado. Suas pernas gostariam de ficar. De confraternizar com a primavera. Mas o relógio do Tempo não se atrasa. E o Mundo aqui parece aborrecido. Tanta chuva! Ao longe ainda avista a magistral primavera. Nutre por ela uma paixão platónica. Ela está no seu auge. Menina-donzela, radiante, fresca, colorida! Não envelhece, a primavera. Mas, também,... acabou de brotar, de nascer de novo. O seu rosto irradia luminescência, Toda ela é graça e cor. Os seus vestidos pintalgados de flores, árvores, ninhos, aves, são a coloração da Vida que desperta. No seu ventre traz a bonança. Nos seus braços o Amor. Nos seus olhos as estrelas da manhã e nos seus cabelos os diferentes odores que convidam a segui-la. Quem a vê, rende-se-lhe. Torna...