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Mensagens

  Tal lobo faminto que não encontra presa nas serras distantes e lugares recônditos,  o fogo desce às localidades e assusta o povo incauto. A chuva aprisionada no universo sofrido, espreguiça, nas suas férias prolongadas.  Os óculos de sol adormeceram a sua sede e agrada-lhe o morno dos dias que se espraiam à distância. As rezas não chegam aos ouvidos, entretidos com a música celestial e ligados aos auriculares. Os homens merecem este tempo de reflexão.  O universo arde numa imagem apocalíptica.  É lamentável tanto egoísmo e distração.  Guerras inexplicáveis, fundadas em desejos megalómanos acentuam a fome.   Dinheiro mal distribuído e mal empregue. Direitos vandalizados e deveres trocados.  Declarações, leis, palavras escritas guardadas em folhas amarelecidas.  Floreado fingido... Fútil. (Celina Seabra) Imagem retirada do Pinterest
  - Mentir é feio, meu filho. Mentira tem perna curta e horas contadas.  É máscara que, de repente, cai. É ilusão passageira.  É punhal cravejado de ignorância.  É ocultar na noite a luz que despe as sombras do embuste. Mentir é perder a confian ça de quem em ti acreditou.  Por isso, desfralda, meu filho,  a bandeira da verdade  e ergue bem alto, o archote da coragem. A Verdade foi feita para ser guia da tua viagem. (Celina Seabra) Imagem retirada do Pinterest
  Desde que o tempo mudou o meu tempo, a vida foi de descoberta, de  encontros e paragens.  Viajo não só por cidades, como paro em apeadeiros.  E é nestes que encontro a magia do ser humano e quase a sua perfeição. Passei a ser viajante e desço em estações novas.  Os transeuntes - estranhos no início -  sentam-se ao meu lado e contam-me histórias da vida. Às vezes, entrelaço-as com as minhas e passam a ser o meu terço de oração. Outras, faço delas talismãs e são bússolas quando se abre o abismo. Sou viajante sem roteiro e o amanhã é incógnita, porque ainda é amanhã. Se o mundo não idolatrasse a futilidade, até esqueceria as regras sociais. Não sou presa do relógio e amo a calma. - Esse caminhar tranquilo, sem rumo, sem stress, sem medos, sem cadeados. Sou filha do tempo que passa e herdeira da eternidade.  Por isso, não me apressem!  O caminho não acaba e chegar tarde não é o fim do mundo.  - É  só a minha forma de andar distraída dos ri...
  Sono, onde estás? Procuro - te, mas teimas em não me fazer companhia.  Abandonas o lugar que aqueço a algumas horas.  Viajas para longe do que são os recônditos dos sonhos e deixas-me nesta espera, por vezes, sofrida.  Não durmo e penso de olhos fechados.  São sonhos em claro e pensamentos soltos.  Criam ansiedade porque o tempo lembra-me que passa e os ponteiros,  que giram sofridamente há séculos, não estagnam. Vem sono, meu companheiro vadio,  vem e traz-me o véu do esquecimento diário  e os sonhos que me hão de embalar pelo subconsciente indecifrável. Possui a minha mente teimosa e domina-a para que a doença passe sem sequelas. Procuro - te no comprimido que há de contribuir para a perda da memória do que fui.  Será o domador do meu sono que se esquece de mim. Vem, sono, meu exigente  tranquili zador. Conta histórias, salta números, rebanhos de ovelhas que se recusam a abandonar o redil. O silêncio diz-me que andas por aqui....

Não entendo

  Famílias de coração, só conheço a que Deus me deu. Não entendo que quem as tem se sinta órfão. Não entendo que quem tem mãe, pai, filho(a), tio(a), avô(ó) Chame Outros assim. Não entendo.   Sou muro. Trepem-no. Verão que sou barreira virtual.   Sou séria, Deem-me um abraço, Cantem-me uma canção, Escrevam-me um poema, Uma frase E verão que derreto.   Sou de todos? Sou só dos que amo e daqueles em que acredito.   Sou diferente? Também o podes ser.   Sou dura? Mas não sou fingimento – esse faz-me cócegas na garganta e na alma.   Afasto-me? É o meu jeito de não te ofender e de não me magoar.   Sou solitária “entre a gente”? Tenho Deus comigo.   Só não entendo o jeito das pessoas esquecerem o princípio e o fim.   (Celina Seabra)
 Porque procuramos o AMOR? Sedentos de afetos, de beijos e abraços, galopamos ao encontro de histórias de encantar e abrimos baús misteriosos. Surpreendemo-nos com o brilho e inebriamo-nos com o perfume, que é exótico,  e mistura a alegria, o encantamento, a paixão, o êxtase e a paz. De repente, o cenário do encontro idílico cede lugar ao palco despido. Foi-se o papel que encobria a realidade e surgem as dúvidas - o coro das incertezas que incomodam a emoção. A Razão é cruel, desumana! Corremos atrás do amor como o espanta espíritos para a solidão. Queremos viver lá fora o que deveríamos plantar em nós. Criamos o desencanto,  mas teimamos em mendigar Amor. (Celina Seabra)
 Desistir? Nunca! Podes cambalear, tropeçar, cair, mas não desistas,  continua! Olha o sol que também repousa, todas as noites no horizonte. Parece morrer, mas abriga-se para renascer. Contempla a lua, ora cheia, grávida de vida,  ora em barco, para incitar à viagem,  ou então, linha brilhante que fecha as pálpebras para depois se incendiar de novo. Os opostos existem para se deslumbrarem. Sedução,  repulsa, Amor, desencanto, Alegria, angústia, binómios que rompem casulos e deixam sair borboletas. Não desistas. Grita a tua dor.  Enrouquece para a deixar partir. O infinito há de engoli-la. Resta-te enraizar-te ao universo para desbravares caminhos. Há mãos que sangraram para esquadrinhar saídas, mas conduziram à tua libertação. Recorda: vão-se as unhas,  ficam as mãos! (Celina Seabra)