Avançar para o conteúdo principal
Olha a menina invejosa, que não gosta do que tem
Olha tudo ao seu redor e acha que não está bem.
Não gosta de ver-se ao espelho, pois acha-se horrorosa
Gorda, desproporcionada, sem jeito, inveja a estilosa.
Não tem carro, nem casa de jeito, a  tudo  torce o nariz
olha de soslaio quem a rodeia  e faz o outro infeliz.
Não suporta, nem fala aos vizinhos, mas espreita a sua vivência
Anseia por tudo e por nada, constrói em si violência.

Ó menina invejosa, os outros deixe de olhar
Já se perguntou a si mesma que nem todos têm lar?
Sente-se só e vazia, mas família sempre tem
É o centro do mundo, tem pai e ainda, tem mãe!
Vive em casa graciosa, comida nunca lhe falta,
Acha que ninguém a vê, mas todos a põem na ribalta.
E quando precisa de ajuda, braços se abrem para ti
Flores, beijos e mimos, até gemas  de rubi.

Então menina mimada, olhe bem ao seu redor,
acarinhe quem tem a seu lado e não lhe faltará Amor!

O que vai nos outros lares,  tu não deves invejar
pois só quem lá vive, sabe com o que pode contar.
Quantas vezes um sorriso, esconde um lacrimejar...
E nem sempre o que reluz é de almejar.

Canta, sorri, ama, pois a vida são três dias,
Não deixes para amanhã, usa hoje a tua sabedoria
Faz aos outros o bem, espalha na vida poesia.


( Celina Seabra)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

DRAGÃO DE FOGO

Um gigantesco  incêndio  lavra o meu país. É tão pequeno, este cantinho à beira-mar, e tão grande o dragão que há já alguns dias Tomou posse deste pequeno jardim… É um ser feroz, uma alma diabólica, egoísta, Que saiu das profundezas do inferno Onde estivera hibernado, e teima em fustigar de labaredas cintilantes um cantinho que já fora verde, muito verde, quase de encantar… A cauda chamejante, magnânima,  serpenteia  o meu Portugal E a alma diabólica, impetuosa, continua a criar paisagens dantescas. E sobre nós, um céu de bronze, asfixiante… As noites surgem  avermelhadas e fuliginosas Como se tivessem acendido milhares de archotes. Ao redor, paira a cinza e as faíscas queimam as fagulhas Que já foram pinho… Mas o dragão não é fácil de atacar. Cavaleiros da paz constroem armadilhas e lutam Dia e noite a fim de vencer a Besta. Vidas são dizimadas, ceifadas como ervas daninhas… Ao dragão nada importa a não ser o prazer...
Entre a gente também há solidão. - Foram mais ou menos estas as palavras da Raposa ao Principezinho. Sábia afirmação. Sorriso pintado é colocado tantas vezes para disfarçar o smile da tristeza, do vazio. Hoje ninguém está só. O ruído atordoa quem se extingue por dentro. A diferença preenche o desequilíbrio. Mais uma madeixas diferentes, uns tattoos extravagantes, uma maquilhagem exuberante e uma indumentária de outro mundo e ficamos sãos! Somos o que vendemos por fora e encobrimos os sentimentos que só angústiam e não resolvem a qualidade de vida. A solidão não faz amigos. Vende-se a felicidade e arranjam-se mil formas de preencher o vazio que se encharca com comprimidos, com alucinógeneos, com apostas miraculosas, com tecnologias diversas que nos encantam, absorvem e cansam... E precisamos de dormir. Não é preciso pensar. Embebedamos a Razão que é má companhia. A tristeza é barreira ao sucesso e o mundo é dos que constroem sucesso e aparentam ser Tão Felizes! (CELINA Seabra)

Pobre vs Rico

" Não peças a rico E não prometas a pobre"... Nunca o provérbio - voz do povo - esteve tão próximo da realidade do meu Hoje. Rico não dá. Queixa-se. Pobre não esquece. Necessita. Rico olha para ti apenas quando deseja extorquir-te alguma coisa. ( " Come a tua carne e despreza os teus ossos". Porque não tem dentes? Porque tem mais olhos que barriga.") Pobre olha para o chão e conta os seus passos no caminho que é de todos. Por vezes, não os distingue. Esquece-se de que são os seus. Rico nunca rouba. Serve-se do dinheiro dos outros para criar o seu império. Pobre pede ou envergonha-se de pedir... Rico tem sempre razão. Ai, daqueles que não lhe derem atenção! Pobre erra. Pede desculpa, titubeia e esconde o rosto na sua própria mão... Rico acha-se rei e pensa estar acima da lei. Pobre conta os trocados para pagar as contas ao Estado. Rico é capitalista. Acumula riquezas com o suor do proletariado. Pobre acha-se socialista. Na verdade, ele é um ideal...