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Mensagens

Quando eu for velhinha, quero que me abraces assim, juntinho a ti, para sentir o teu coração palpitar junto ao meu. Quando eu já tiver rugas e cabelos brancos, quero contar-te histórias, embalar-te na minha voz, trespassar-te do meu passado para que possa fazer, também, parte de ti. Aceita, é a minha herança. Há quem plante uma árvore, escreva um livro… eu deixo um filho… sangue do meu sangue, fruto de amor e réstia de esperança. Marca de que por aqui passei também. Quando eu for velhinha, deixa que eu encoste a minha cabeça à tua e, no silêncio, daquilo que ainda visiono, deixa-me cantar melodias, cantigas de infância ou histórias tontas, alegres ou simplesmente, tristes. Escuta-me com doçura e ata as tuas mãos às minhas… Escuta comigo o silêncio e partilha a tua hora de compaixão ou paixão juntinho a mim. Olhemos o horizonte, sentemo-nos na relva do nosso jardim, que outrora cuidei, amei e onde fui feliz. Se soubesses como escutei a voz da terra  e entendi, finalmente,...
Fazes-me falta, sabes? Não sentes o meu coração bater mais forte porque penso em ti? Onde ficaram os nossos risos, os nossos sonhos de meninas inocentes que brincavam livremente ? Onde ficaram os nossos olhares cúmplices, compreensivos e os nossos pensamentos telepáticos? Porque não batem em sintonia as nossas almas de irmãs que trilharam outrora vidas em comum? Porque te afastaste de mim e procuraste nos outros aquilo que eu tinha para te dar? Porque não me abraçaste quando precisei? Porque não escutaste as minhas preces? Porque deixaste que eu me transformasse em fingimento? Porque fugiste ao meu laço, ao meu retrato de família? O sol deixou de aquecer e eu procurei o arco-íris. Sulquei mares tempestuosos que se exaltaram dentro de mim. Naufraguei, bracejei e, finalmente, encontrei terra. A minha terra. O meu caminho, a minha vida. Sem ti… (Celina Seabra)

Até sempre!!!

" Há pessoas que passam pela nossa vida e são como o vento" : ou são brisa e sossegam-nos, de alguma forma, tranquilizam-nos, são agradáveis, respiráveis, trazem energia para prosseguirmos viagem, ainda que por vezes o calor ou qualquer outro obstáculo se interponha.  Há outras pessoas que são como os ventos alísios : são amenos, constantes, marcam-nos pela sua presença, orientam as " nossas embarcações", são bússolas no mar que navegamos e os ideais para prosseguirmos viagem, sem grandes esforços, porque sopram a vela que nos orienta. Há outra espécie de pessoas que fazem lembrar os ciclones , entram nas nossas vidas e destroem tudo o que encontram pelo caminho. Deixam marcas, cicatrizes... Por último, há ainda aquelas que são furacões , que não olham a meios para atingirem os seus fins. Espalham destruição e danos... e Deus nos livre de estarmos no seu caminho! Felizmente, na minha caminhada tenho apanhado mais gente que se assemelha à brisa ou então aos...

Mãe

Mãe não devia entristecer, Pois seus filhos faz sofrer. Mãe não devia parar... Às suas crias bem estar tem de dar. Mãe não devia adoecer Saúde deveria sempre ter. Mãe deveria ser força, muro forte, no qual se pode embater Força ciclópica que não se deixa abater. Mãe deveria ser feita à imagem do filho que a deseja bem ver Sorrisos, palavras mágicas, dela deviam nascer. Mãe deveria ser exemplo de virtudes e bom senso manter Possuir alma de condor e nas suas asas os filhos acolher. Mãe devia ser fogueira Para a noite iluminar E dos caminhos varrer todo o agoirento azar… Mãe devia tesouros poder dar E do coração palavras más afastar. Mãe devia ser fada Para o mundo poder reinventar Pós de magia para de sapos, príncipes desencantar. Mãe deveria ser Amor, Paz, Concórdia, Sabedoria… Afastar a noite, ser sempre dia. - Perdoa, filho meu, não ser como tu querias   Sou tua mãe, com  defeitos e sem ricas pedrarias. ...

Bem haja

Hoje o sol encheu a minha alma de alegria. Aquela luz entrou por mim dentro e levou para longe a dor que sentia. Anestesiou meus negros pensamentos Libertou meu fado temeroso E pôs sorrisos onde antes se impunha o tormento... Amo o teu calor sem queimar em demasia... Aprecio na minha pele matura a morna fantasia  com que coroaste o meu dia. Sou-te grata e vivo da tua existência.  Dependo dessa magia com que te atreves a fazer nascer cada dia. Tormentas afastas e arrastas nuvens e trevas levantas Canseiras não temes… E o frio espantas Nascem flores, pensamentos d´ouro, aves que chilreiam… E a paz por que anseio vem ao meu encontro e nela me enleio… ( Celina Seabra)

Deus pôs flores no meu caminho!

Deus pôs flores no meu caminho! Deus pôs flores para eu trilhar... Deus escolheu quem me deve amar... Sou feliz e esqueço-me de o ser... Sou rainha e assumo-me gata borralheira... Sou arco-íris, sol e sinto-me sombra... Sou a menina dos teus olhos, Pai E deixo-me ser poeira... Sou força da natureza e deixo-me tantas vezes vencer... Sou mãe e não sei surpreender... Sou palavra amor, sou paixão e procuro a solidão... Sou amada, uma fada, borboleta que dardeja Porque então, me sinto náufrago que braceja? Sou poesia, alegria...  mas falta-me a energia de preencher todos os meus dias com pozinhos de magia... Perdoa, Pai, por não ser quem tu quiseste Flores decoram o meu caminho e o que piso é azevinho Afastei o teu carinho Pus minha essência em desalinho Procurei lugar agreste... Sou a menina dos teus olhos Perdoa por te dar trabalho aos molhos. Acarinha a minha mão... Pai, peço-te perdão... tem de mim compaixão... Guia meus passos Conduz-me com determin...

Saudades...

Para trás deixei parte do meu coração. A partida custa sempre… Ao longo da minha vida tenho assistido e vivido algumas partidas. Felizmente, têm sido mais psicológicas, que despedidas físicas. Mas doem sempre! (Peço  desculpa a quem sofre verdadeiramente a morte física!) Nas minhas memórias, estão aquelas que me doeram mais: a despedida, com alguma continuidade, dos meus pais para Roma e a despedida definitiva dos meus avós e da madrinha, cujo corpo ficou por terras de França. Hoje continuo a temê-las! A despedida deixa sempre um sabor amargo e um peso, quase insuportável, dentro de mim. É a espera do dia que se aproxima, das horas que teimam em passar depressa e do instante que se torna irreversível. O combóio apita, aproxima-se; os abraços repetem-se; os beijos fugidios, as mãos que pegam nas malas para ocupar lugar dentro de carruagens que já chegavam cheias de emigrantes! A dor parece entrar em “ vinha d´alho”, fica entorpecida e os rostos assomam às janelas para um ú...