Quando eu for velhinha, quero que me abraces assim, juntinho a ti, para sentir o teu coração palpitar junto ao meu. Quando eu já tiver rugas e cabelos brancos, quero contar-te histórias, embalar-te na minha voz, trespassar-te do meu passado para que possa fazer, também, parte de ti. Aceita, é a minha herança. Há quem plante uma árvore, escreva um livro… eu deixo um filho… sangue do meu sangue, fruto de amor e réstia de esperança. Marca de que por aqui passei também. Quando eu for velhinha, deixa que eu encoste a minha cabeça à tua e, no silêncio, daquilo que ainda visiono, deixa-me cantar melodias, cantigas de infância ou histórias tontas, alegres ou simplesmente, tristes. Escuta-me com doçura e ata as tuas mãos às minhas… Escuta comigo o silêncio e partilha a tua hora de compaixão ou paixão juntinho a mim. Olhemos o horizonte, sentemo-nos na relva do nosso jardim, que outrora cuidei, amei e onde fui feliz. Se soubesses como escutei a voz da terra e entendi, finalmente,...
Pensamentos em forma de poesia