Desde menina desejei abraçar a profissão de professora. Gostava de crianças, de brincar, de sonhar, de ensinar e também de me deixar prender pelo saber. Era tímida, mas muito sonhadora. As minhas melhores vivências foram-me oferecida pela escrita. As palavras, as frases nem sempre certas, permitiram-me viajar e realizar aquilo que apenas era possível através da imaginação. Tornei-me adulta e fiz-me professora. Primeiro, em passos lentos, ainda insegura; depois mais madura, mais segura, mais dotada a cativar quem tinha à minha frente. Os primeiros alunos davam-me " luta ", pois tinham ânsia de saber. E um professor, claro, tem de manter-se informado. E sentia que valia a pena aprender para ensinar porque o feed-back era recíproco. As turmas eram mais pequenas e os alunos mais quietos, mais respeitadores, mais cientes da distância que separa o Mestre do discípulo. Nunca gostei de ser autoritária e foi sempre com alguma candura, carinho, que cheguei aos alunos mais inquieto...
Pensamentos em forma de poesia