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A mostrar mensagens de setembro, 2017
Hoje sou outono. A cor que me ornamenta é o amarelecido do trigo que recordo no pico do verão e a corola da cor do rubi é a gola que me aconchega.   O vento sopra suavemente e  os pássaros  abrigam-se nas árvores de folha perene. O vento que sopra é ainda brisa... Não é novidade. Este outono era esperado. Só não esperava um desfolhar tão repentino. A árvore que nasceu de um pequeno rebento e que aguentou invernos, - umas vezes chuvosos e turbulentos, outros mais acolhedores, de partilha de histórias, de olhares compreensivos, de abraços que se entendem, de toques cúmplices -, que viveu primaveras longas de crescimento e verões auspiciosos, entrou, agora, no outono da vida e toda a sua  imponência se reduziu ao tronco que suportou os ramos e toda uma diversidade de flores, folhas, frutos...   Nela viveram seres bonitos,especiais,singulares, extraordinários...  O trançado do meu cabelo reflete o cinza do metal e do inverno que se aproxima. H...

Hoje sou outono

Hoje sou outono. A cor que me ornamenta é o amarelecido do trigo que recordo no pico do verão e a corola da cor do  rubi é a gola que me aconchega. O vento sopra suavemente e  os pássaros  abrigam-se nas árvores de folha perene. As manhãs são mais silenciosas e o sol parece ter perdido o relógio. A fresquidão das madrugadas  prendem-no ao poente. Espreguiça-se já a manhã está quase passada. Vem doirar as tardes outonais e fazer brilhar a palete de cores pastel com que se reveste a natureza. Despede-se do Ocidente. O outro lado do mundo chama por ele. É Rei de todos e o calendário aponta-o agora nessa direção. A vida é uma valsa dançada em compasso ternário, porém o ritmo nem sempre é o mesmo. Depende do par a quem nos enlaçamos ou do mestre que ensina e exige de nós ou não, a perfeição. Hoje sou outono. Há folhas que se desprendem ao meu redor, que se vão e deixam-me nostálgica.  O vento que sopra é ainda brisa... Não é novidade. Este outono e...

Acreditas?

Acredito? Não acredito? As tuas lágrimas são sinceras ou são " lágrimas de crocodilo?" És " um pau de dois bicos"?  És verdadeiro ou a carapaça que te reveste é a de um bombista? És ser ou parecer? És espelho ou verdade? És faz-de-conta ou bicho de conta? És avestruz ou abraças a cruz? És o verbo ou apenas te adjetivas de referências? És justiça ou a fisga que quebra as minhas vidraças feitas de transparência? Sou paz , mas deixo que ela parta por causa de ecos sinistros. Sou transparência, decência,  ingenuidade, genuína... Mas sou, também, a descrença. ( Celina Seabra)

Felicidade

Felicidade, procura-se! É urgente saber onde se encontra! O mundo precisa dela. Cavaleiros andantes prosseguem os caminhos que os nossos ancestrais trilharam. O " Palácio da Ventura " continua a ser fonte inatingível. Por que foges de nós, Felicidade?  Que jogo é esse que fazes connosco, pobres mortais? Tão depressa  douras a nossa alma como o sol quente do verão como, de repente, o vento gélido da angústia assola os alicerces frágeis dos comuns mortais e o que era antes vida passou a ser vazio e frio. Que deusa poderosa seduz os seus apóstolos e os abandona no labirinto de Dédalo? Que fio de Ariadne nos disponibilizas para te encontrarmos? Há luz à minha volta, mas a névoa cobre o manto com que se abriga a alma do pedinte. Quem és Tu, ser inconstante, volúvel, egoísta que entras por ai dentro sem seres convidada, mas à qual abrimos as portas com gratidão? Como te autoflagelas quando roubas o trono que o corajoso ousou tomar? Ris. Sim, a tua função é se...

Meu filho muito amado

Plantei uma árvore, rascunhei um livro, escrevi poemas e gerei um filho. Este, a joia mais preciosa, o tesouro imensurável e divino. Acarinhei, tratei, alimentei, amei, ensinei-lhe a distinguir o bem do mal e a ser verdadeiro, honesto, humilde e amigo. Mostrei-lhe o mundo dos livros e prendi-lhe todos os sentidos. Apaixonei-me. O teu sorriso, a tua voz, as tuas feições, as tuas marcas, são o meu alimento espiritual. Guardei-te na moldura do meu coração, no espelho da minha alma, nos afetos da minha memória. Cresceste. Mudaste por fora e, também, por dentro. Afastaste os teus braços do meu pescoço, esqueceste o meu colo que te serviu de ninho, escapaste para um mundo que já não é meu. Os teus brinquedos foram esquecidos e abraçaste as novidades. Estás encantado com toda a informação que circula ao teu redor. As luzes, os gritos, a música clamam por ti. Deixaste de olhar com atenção o céu, o sol, os teus animais de estimação e tudo aquilo que é verdadeiramente teu....

Mariza - O Tempo Nao Para

25 ANOS Eu e Tu, temos uma história conjunta a contar. Palmilhámos 25 anos, um ao lado do outro e não parece.   O tempo passou depressa demais. Ganhámos alguns cabelos brancos e deixámos de entrar na roupa que usámos para selar o nosso compromisso. Perdemos algumas batalhas, alguns sorrisos, mas ganhámos maturidade, compartilhámos sonhos e alguns foram realizados, acompanhámos o crescimento do nosso único filho, temos visto envelhecer os nossos pais, temos unido a família ( e nem sempre tem sido fácil), temos rido, trocado olhares de carinho e temo-nos um ao outro. Hoje celebramos 25 anos de prata.  Nunca demos muita importância às outras. Quem se importa com bodas de papel, de algodão, de louça ou de cristal?  Parecem metas a atingir e nós nunca tivemos uma meta.  Caminhámos lado a lado. Partilhámos muitas alegrias, mas houve também lágrimas e algumas discussões. Quem não as tem? O amor é assim. Tropeçamos,levanta-mo-nos, insistimos e voltamos um para ...

Michael Jackson - Smile

Gabriel o Pensador - Linhas Tortas (Clipe Oficial)

Carolina Deslandes - A Vida Toda

Acróstico

R i sos estridentes caracterizam-nos, pois sentem-se donos do mundo. A tentos ao que se passa ao seu redor, não lhe escapa nenhuma ratice. T entam infiltrar-se nos grupos mais fortes, ainda que mantenham um pé entre os débeis. O uvem os sinais de alarme à distância S acodem o rabo e encolhem as caudas ao seu redor, não vão elas serem trilhadas. e R aça resistente, praga constrangedora, A poplexia assustadora para quem convive com estas. T inha doentia, deficiência imunológica da alma. A ntes perto das feras que de vós, roedores! Z arolha, podereis chamar-me, porque finjo não vos ver, mas estou A tenta. N ão baralheis falta de visão com compreensão, pois em navio que estejais A lheias vos mantendes a quem vos alimenta a fome, a vaidade  e a vã ufania S ábias, as ratazanas, trocarão de navio quando a este se acender o pavio. Bonum trinus, rattus! ( Celina Seabra)

Quem sou eu?

Quem sou eu? Mulher - criança, envelhecida por pensamentos nostálgicos, submergida em emoções infindáveis. Sou crente e descrente, pois caio muitas vezes. Sou cética pois a venda com que me fadaram à nascença não deixa passar a luz que moldura todo o meu ser. Sou otimista porque acredito no mundo, creio em sorrisos, em gestos, em palavras que parecem feitas de cristal. Sou corajosa porque odeio a falsidade, a injustiça e não deixo " um irmão" na mão. Sou pelo mais fraco. Pudesse eu ser fada e seria como Oriana. Sou cobarde pois dentro do que está certo quebro, choro e contemplo a desilusão. Sou desilusão de mim mesma. Sou utopia, porque acredito em finais felizes. Sou emoção, espuma, borboleta louca que não pressente os perigos da lâmpada que a seduz. Sou filha, mãe, esposa que ama... Sou quimera, perdição de mim mesma. Sou cavaleiro andante, D. Quixote que não sabe combater, mas teima em não desistir. Sou amante das coisas belas. Sou filha de Deus ou do Infin...

Ratos? Ente os homens também os há.

Eu devia conhecer a natureza dos ratos. É bicho que não me agrada. Para além de serem portadores de doenças, são muito difíceis de domesticar. Não são fieis. São inquietos, possuem focinho pontudo, orelhas pequenas e arredondadas, e uma longa cauda nua ou quase sem pelos. A Wikipédia diz-me ( se for fiável) que as espécies mais conhecidas de ratos são o Mus musculus , um típico rato doméstico, Rattus rattus e Rattus norvegicus , por vezes chamados de ratazanas e que habitam esgotos e córregos. Também há ratos de estimação, o que eu acho estranho, pois não param quietos e vivem em clausura. Em ambiente campestre, rural, o mais comum é o rato-do-campo e esta espécie é de grande  importância para a cadeia alimentar. Alimentam grandes aves, como falcões e águias, e são um petisco para as cobras. Volto a repetir, " não gosto de ratos"! São ariscos, espertalhotes, rápidos e invadem o nosso espaço. E se à primeira vista parecem fáceis de banir, a verdade é que a coisa ...

"Senhor, se quiserdes podeis curar-me..."

Perdoai-me, Senhor, por todas as minhas fraquezas e, sobretudo, pelo olhar cinzento com que vejo o mundo onde me integro. Perdoai-me por não amar mais o meu semelhante. Perdoai-me por por em causa a minha existência e por não ter confiança no pão nosso de cada dia. Ensinai-me a ser como as aves do céu. Ensinai-me a voar destemidamente e a desviar-me dos ventos que só derrubam os fracos. Ensinai-me a amar-me como TU me amas. Derrubai as grilhetas com que me rodeei. Fazei-me um vaso novo, nem que tenhas de esmigalhar o que construíste. TU, tudo podes. Saciai a minha sede de Fé! (Estrelinha)

dom

Quem espera desespera ou quem espera sempre alcança? Dependerá do ponto de vista e dos objetivos de cada um. Saber esperar é um dom, porém esperar até à exaustão,gera apreensão e grande aflição. Não sou paciente, está visto. Não gosto de dormir sem primeiro resolver o que na minha alma está por esclarecer.  Amanhã  tudo ou nada pode acontecer. A ânsia é minha inimiga e o medo o meu grande desassossego. Haja quem cultive em mim a semente da tranquilidade, pois já esgotei contra mim, as  garras da contrariedade. ( Celina Seabra) pintura de Josephine Wall

Mais eu

Quando o tempo é de alegria e união, galga a passos largos. A felicidade senta-se junto a nós, entrelaça corações e vozes, contam-se histórias, ouvem-se risos e lágrimas provocadas pelas boas memórias. Desejamos que o tempo pare. Queremos novamente o ontem unido ao hoje e não pensamos construir futuro. Os corações batem em uníssono. O universo abraça-nos numa atitude contemplativa. Para ser feliz não precisava de regressar. Necessitava estar. Mas o MUNDO e toda a sua vida mundana chama por mim.( Sou sua prisioneira. Falta-me a vontade de ficar.) A civilização abafa e eu quero ser mais natural e mais eu. ( Celina Seabra)

Faísca

30 de agosto de 2017     Uma estrelinha está prestes a apagar-se.     O meu céu ficou menos azul. Um pontinho luminoso e meigo partiu antes do tempo.     O meu agosto que fora feliz e quente foi manchado por lágrimas salgadas.     Foste meu muito pouco tempo.      Acho que nem te amei no início. Hoje sei que tinha medo de prender-me.     Porém essa faísca e essa energia que te caracterizavam, foram-me fazendo tua.     Pediste sempre tão pouco. Estares ao meu lado, ao nosso lado, à família que te adotou, era tudo, Faísca.     A tua graça, a tua energia, a tua valentia, a tua persistência, suplantou a tua falta de pedigree.     Eras pequeno, mas a tua alma era a de um valente. Tinhas pernas curtas, mas quando corrias fazias jus ao nome que te foi atribuído. Querias ser o primeiro. Esforçavas-te para seres o mais companheiro e para seres o mais presente.      O teu ouvi...