Truz, truz…
Bati suavemente à porta do
Universo para espreitar o meu amor.
Atendeu-me a Lua de trajes
sumários, transportando nos braços luz e calor. Sorriu-me, matreira,
inteligente matrona, mandou-me entrar e esperar ali, junto àquela poltrona.
Chamaria o Amor, trá-lo-ia num ápice e trajado a rigor.
Mas o Sol, ciumento, embirrou com
o Amor e quis impor, castigar e a Lua descompor…
O crepúsculo, as trevas desciam,
as estrelas apagadas no firmamento sofriam.
D. Lua pálida permanecia e
angustiada amansar o Sol queria. Com doces beijos e ternas palavras fez-lhe
crer que ter ciúmes era perder, pois amar o Outro não é fazer sofrer.
É saborear-lhe o riso e fazê-lo
entontecer e até de alegria morrer.
É dar e fazer por receber,
palavras ternas e ao seu lado permanecer.
“ Amor, Amor, eu quero ser tua
até ao amanhecer”, diz D. Lua ao Sol, antes de se esconder.
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