Há já alguns dias que ouço falar em corrupção.
Os meios de comunicação social fazem disso uma presença constante.

E nós, ouvimo-los como se "ser corrupto" fosse uma coisa normal. Dizemos alguns palavrões, condenamos os políticos e a Justiça, encolhemos os ombros passivamente e continuamos o nosso dia a dia.
Habituámo-nos a ouvir falar destes " senhores ", de branqueamento, de corrupção passiva, de fraude, porém não esperamos nada da Justiça. Ela continua vendada e surda. E, por isso, encolhemos os ombros. Se a Justiça não prende aquele que deveria ter sido o modelo para o cidadão comum, que poderei eu fazer?
Algo está mal no mundo, porém ser corrupto não é de hoje. A corrupção é muito antiga e, possivelmente, não tem data de nascimento.Em todas as épocas, esta doença - corrupção passiva e/ou ativa - marcou presença na sociedade.
Desde a Antiguidade Clássica que ouvimos falar daqueles que em troca de um cargo, entregaram um amigo ou um compatriota. Ora vejamos: Jesus foi traído por um dos doze, Judas Iscariote, em troca de 30 moedas de prata; Júlio César reconheceu, entre os senadores que o esfaqueavam, Bruttus que protegeu e estimou como amigo;Viriato foi assassinado por três homens de confiança, enquanto dormia; Napoleão Bonaparte foi traído por Talleyrand; Hitler quebrou diversos pactos; Augusto Pinochet traiu o presidente Salvador Allende...
E poderíamos continuar.
E poderíamos continuar.
Não há escrúpulos, quando o objetivo é obter mais um galardão, um rico pedaço de terra e um conjunto de pessoas em quem mandar.
E o povo e o cidadão honesto vão-se adaptando à situação. O crime não é punido, logo p' ra quê comentar ou lutar para ver implementado aquilo que está na Constituição de todo o país democrático e nos princípios dos Direitos Humanos?
Mais! Os corruptos, os ditadores, os malfeitores têm direito a um lugar no livro da História Universal. Dos " pequeninos", da " gente simples" não reza a História. Esses serão lembrados, uma geração ou duas após o seu desaparecimento, pelos familiares e quando estes merecem o seu respeito!
O meu avô, homem simples e agricultor, falava-me da importância da honra.
Honra? O que é ter Honra?
Se abrir o dicionário são vários os significados para esta palavra. Porém, aquele que procuro não tem nada a ver com " ter a honra da sua companhia", ser " agraciado" por alguém, " ter destaque" em determinada situação, " dama de honra ou honor"...
O significado que procuro tem uma mais valia que hoje já não existe! Para o meu avô (e, também para o meu pai), a HONRA ligava-se a atos muito sérios! A promessas inquebráveis, a ações que se perpetuariam para sempre e que passariam de geração em geração. Eram contratos que se selavam apenas com um aperto de mão. E vigoravam para sempre.
Hoje já não se celebram contratos assim. Todos duvidamos da palavra do outro. A sociedade ensinou-nos a sermos desconfiados, a olhar o outro de debalde, a por em causa a honestidade.
E aprendemos com quem?
Pois é, com quem deveria dar o exemplo! Com o político que usa o seu cargo para enriquecer e criar um império; com o juiz corrupto que aceita dinheiro, viagens, imóveis, em troca do silêncio e condena o inocente; com o patrão que usa o trabalho honesto do funcionário para obter lucros e para os usar em seu proveito ( e compra carros potentes, mansões, e faz obras grandiosas...); com o banqueiro que em vez de gerir o dinheiro que lhe foi confiado pelo trabalhador honesto, o usa em investimentos corruptos, em empresas fictícias, em obras que se tornam um fiasco e... o Banco que deveria ser um cofre fechado "a sete chaves" é pilhado pelos " irmãos metralha"! Mas ao contrário destes que vão parar à prisão, os corruptos de hoje permanecem em prisão domiciliária ou compram a sua liberdade em troca de alguns milhões.
Mas há mais exemplos que trocam a sua dignidade por poder: o agente de autoridade que desonra juramentos, a farda e os galardões e aceita subornos, desvia o que foi tomado numa rusga e usa-o em seu proveito; que participa em assaltos contra os direitos humanos e conduz a vítima à escravatura sexual; e até alguns elementos da igreja que propagam a Fé, a Verdade e, depois violam a inocência infanto-juvenil...
Enfim, quem mais apontar?
Quem não sonha em ser rico, muito rico e de forma fácil?
Os olhos também comem e invejam a vida burguesa do vizinho.
Indivíduos de confiança, " homens de honra", que primam pela probidade, pelo decoro, pela decência e que lutam pelos outros, sacrificando-se a si, surgem de tempos em tempos. São flores raras, remédios milagrosos, balsâmicos, que sobre espinhos erguem palácios de cristal e fazem-me acreditar, de novo, na bondade humana e na retidão.
( Celina Seabra)
Mas há mais exemplos que trocam a sua dignidade por poder: o agente de autoridade que desonra juramentos, a farda e os galardões e aceita subornos, desvia o que foi tomado numa rusga e usa-o em seu proveito; que participa em assaltos contra os direitos humanos e conduz a vítima à escravatura sexual; e até alguns elementos da igreja que propagam a Fé, a Verdade e, depois violam a inocência infanto-juvenil...
Enfim, quem mais apontar?
Quem não sonha em ser rico, muito rico e de forma fácil?
Os olhos também comem e invejam a vida burguesa do vizinho.
Indivíduos de confiança, " homens de honra", que primam pela probidade, pelo decoro, pela decência e que lutam pelos outros, sacrificando-se a si, surgem de tempos em tempos. São flores raras, remédios milagrosos, balsâmicos, que sobre espinhos erguem palácios de cristal e fazem-me acreditar, de novo, na bondade humana e na retidão.
( Celina Seabra)
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